quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Chile planeja legalizar matança de leões marinhos e ecologistas reagem

A matança de leões marinhos é um foco de protestos comum de ecologistas no Chile. E a indignação tem tudo para se intensificar caso seja colocado em prática o “Plano de Manejo Populacional de Leões Marinhos” pelo governo de Sebastián Piñera, que legaliza a caça do animal.

O projeto, em estudo pela atual administração desde janeiro, mas que ganhou impulso em julho com a chegada de Pablo Longueira ao Ministério da Economia, pretende eliminar os decretos ambientais que protegem esses animais e estabelecer quotas de caça aos pescadores artesanais que, segundo o governo, são os principais interessados. Isso porque os leões marinhos consumiriam todos os peixes de áreas dedicadas à pesca artesanal.
De acordo com Juan Carlos Cárdenas, diretor da ONG Ecoceanos, uma das responsáveis pela campanha SOS LEÕES MARINHOS, a versão do governo é mentirosa. O médico veterinário afirmou que os principais interessados no extermínio dos leões marinhos no litoral chileno são as grandes empresas salmoneiras do sul do Chile.
Cárdenas explicou que os ataques dos leões marinhos aos grandes cativeiros de salmão do sul chileno geram perdas anuais de aproximadamente US$ 140 milhões e que a espécie – nativa – é alvo de matanças ilegais desde a introdução do salmão na biodiversidade marinha do país nos anos 1980, quando a recém surgida indústria salmoneira encontrou nos mamíferos um dos principais inimigos da expansão da produção.
As mensagens do governo sobre o tema são confusas. Guillermo Rivera, diretor do SernaPesca (Serviço Nacional de Pesca, responsável pela regulação do setor no Chile) na região de Chiloé, principal polo salmoneiro do país, declarou ao jornal local La Estrella que “não é necessária uma lei específica para a caça de leões marinhos, pois a espécie consta na lista de recursos marinhos autorizados pelo governo”. 
O líder ecologista, para quem o Plano de Manejo Populacional de Leões Marinhos como “uma medida populista, cruel e inútil”, diz que os pescadores artesanais estão sendo usados pelo governo e pela indústria pesqueira, com culpa caindo somente sobre eles.
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