A Folha de São Paulo de sabado informa que o paraense Ophir Cavalcante Junior, presidente nacional da OAB, é acusado de advogar contra o Estado do Pará, apesar de ser procurador do mesmíssimo Estado do Pará – embora, é verdade, esteja em licença remunerada do cargo há mais de 13 anos, com vencimentos que girariam em torno de R$ 20 mil por mês.
Os contratos do escritório de Ophir com empresas públicas estaduais e o processo no qual ele atua em defesa da AGF Seguros, numa ação ajuizada pelo Instituto de Previdência da Assembléia Legislativa do Pará, o Ipalep, estão aqui, em mais uma reportagem exclusiva da Perereca da Vizinha: http://pererecadavizinha.blogspot.com/2011/11/contratos-com-empresas-publicas.html
A reportagem da Perereca embasou Representação (denúncia) protocolada no Ministério Público contra Ophir pelos advogados Eduardo Imbiriba e João Batista Vieira dos Anjos, na semana passada. A acusação é de improbidade administrativa e patrocínio infiel.
Imbiriba e João Batista são também os autores de uma Ação Popular para que Ophir devolva aos cofres públicos o R$ 1,5 milhão que teria recebido ao longo de sucessivas licenças remuneradas do cargo de procurador, que seriam ilegais http://pererecadavizinha.blogspot.com/2011/11/ophir-cavalcante-junior-debaixo-de-bala.html
Aqui a reportagem da Folha deste sábado:
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, é acusado de advogar contra o Estado do Pará, do qual é procurador licenciado.
A acusação se baseia no fato de que o escritório de advocacia de Ophir prestou serviços jurídicos contra o Instituto de Previdência da Assembleia Legislativa do Pará.
Ele atribui o ataque a uma tentativa de retaliação.
A Associação de Procuradores do Pará afirma que não há impedimento em advogar contra um órgão da administração pública indireta que possua autonomia financeira e administrativa.
O caso é objeto de representação protocolada na semana passada no Ministério Público do Pará por um grupo insatisfeito com o presidente nacional da OAB.
A briga começou em outubro, após a OAB decretar intervenção na seccional do Pará por supostas irregularidades na venda de terreno.
Com a intervenção, o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, foi afastado.
Um dos autores da representação contra Ophir é Eduardo Imbiriba, conselheiro da seccional paraense.
Ele entrou com uma ação na Justiça, há duas semanas, afirmando ser ilegal a licença remunerada que Ophir mantém há 13 anos. A ação pede a devolução de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos.
"As acusações são [...] fruto de retaliação do presidente afastado da OAB-PA e de seus prepostos", diz Ophir.
O escritório de advocacia de Ophir Cavalcante defendeu a empresa AGF Seguros em uma ação movida em 2003 pelo Instituto de Previdência da Assembleia.
O instituto, na ação, pede que a seguradora realize o pagamento de indenizações devidas. Em 2008, um acordo foi firmado entre as partes e o pagamento foi efetuado.
Imbiriba afirma que, ao ir contra o instituto, Ophir atuou contra a Fazenda Pública do Estado do Pará.
"Não existe impedimento quando o órgão possui personalidade jurídica própria, autonomia administrativa e financeira", afirmou à Folha o presidente da Associação de Procuradores do Estado do Pará, Antônio Bernardes Filho. Ele ressaltou que falava sobre o assunto em tese, sem examinar o caso concreto.
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