terça-feira, 22 de novembro de 2011
Militares egípcios anunciam governo de coalizão e cogitam plebiscito para deixar poder
O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, órgão que controla o país após a queda do regime de Hosni Mubarak, em fevereiro, anunciou nesta terça-feira (22/11), após entrar em acordo com os principais partidos políticos locais, a formação de um governo de “salvação nacional” e a promessa de realização de eleições presidenciais até 30 de junho de 2012.
O anúncio foi feito pelo presidente do órgão, o marechal Mohamed Hussein Tantawi, em rede nacional. Ao final de seu discurso, sem dar maiores detalhes, Tantawi cogitou a realização de um plebiscito para que a população decida se quer que os militares permaneçam no poder executivo. Já as eleições parlamentares estão mantidas para a próxima segunda-feira (28/11). Com o plebiscito, o governo poderá sair antes da eleição presidencial.
O discurso de Tantawi foi o primeiro feito após três dias de fortes protestos que voltaram a paralisar o país e a ocupar a praça Tahrir, na capital Cairo, pedindo o fim do governo de transição. As manifestações resultaram em duros confrontos com a polícia, deixando ao menos 33 mortos e cerca de 1700 feridos.
A junta militar também aceitou a renúncia do atual gabinete, dissolvendo o governo do primeiro-ministro do país, Essam Sharaf. Outra informação é que foi acertado entre os políticos e generais a liberação de todos os detidos nos protestos até sábado.
Em seu discurso à nação, Tantawi prometeu apurar os fatos e punir os responsáveis pelos ataques. Também garantiu que as Forças Armadas não tem intenção de se perpetuar no poder. "Estamos dispostos a entregar imediatamente a responsabilidade se o povo assim demonstrar em um plebiscito popular. Não buscamos a presidência, e as Forças Armadas rejeitam qualquer tentativa de afetar sua reputação", disse.
"Nunca tomamos decisões políticas unilaterais, sempre consultamos os poderes políticos. Desde o começo iniciamos um processo político" para entregar o poder a uma autoridade civil, afirmou.
O discurso de Tantawi foi recebido com vaias e palavras de ordem na Praça Tahrir, como “Você está fora, nós não!”. O principal motivo da insatisfação foi que o comandante não se desculpou pelos atos de violência cometidos pelo exército.
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