segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Considerações sobre o caso Orlando Silva

  • Independentemente de ter sido regular ou não, houve uma ação entre amigos com parte da verba do Programa do Ministério dos Esportes. É o que explica uma ONG sem muita experiência conseguir implantar o programa em 17 cidades.
  • Por outro lado, há todos os sinais de uma campanha orquestrada da Abril e da Globo contra Orlando Silva – não coincidentemente, no mesmo momento em que ele está em conflito com a FIFA. Globo e Abril tem interesses diretos na Copa. A Globo já foi beneficiada em eventos recentes, além do interesse em impedir a transmissão por parte de outras emissoras. A Abril tem negócios milionários na área de álbuns de figurinhas, edições especiais do Placar etc. Portanto, não são propriamente agentes neutros da denúncia.
  • A matéria do Fantástico não mostra uma denúncia de ilícito penal. De favorecimento a correligionários, sim.  A reportagem foi apressada. Tanto assim que a “prova” de não atendimento dos menores foi uma cena apenas de uma escola que deveria ter 300 alunos e, no momento da gravação, mostrava 140. Pode ser que todas as escolas estejam na mesma situação, pode ser que não. Pela reportagem, não dá para saber.
provavelmente tudo o que é prometido é entregue pela ONG. O fato dos fornecedores serem parentes ou amigos não é vedado pela legislação – apesar do esforço do promotor em caracterizar o ilícito. Mas obviamente mostra um amplo aparelhamento do programa – pelo menos na parte referente às ONGs.

  • Para virar escândalo concreto, no entanto, são necessárias provas. Veja mais uma vez fala em gravações existentes sobre a entrega de dinheiro a Orlando Silva. Que as mostre. A revista tem um histórico na praça de mentir nas suas matérias.

  • Independentemente do que ocorrer no campo penal, é hora de profissionalizar de vez o Ministério dos Esportes, especialmente em momentos cruciais da história do esporte no Brasil, com a Copa e as Olimpíadas.

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