sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Lula: "Não cabe aos militares gostar ou não"

Lula:  
Ex-presidente falou na Colômbia; em Brasília, Dilma convocou comandantes Moura Neto (Marinha), Juniti Saito (Aeronáutica) e Enzo Peri (Exército) para comunicar indicação de Celso Amorim para a Defesa; “Nosso dever é constitucional”, disse um deles.
 
247 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa de sua pupila e declarou no início da tarde desta sexta-feira, da Colômbia, que "não cabe aos militares gostar ou não gostar de uma indicação da presidente da República", referindo-se à troca de Nelson Jobim por Celso Amorim no Ministério da Defesa. "Eu não sei o que aconteceu com o ministro Jobim, mas eu penso que quando se analisa a competência intelectual e o trabalho, não tem pessoa igual ao Amorim no Brasil", completou o ex-presidente depois de ministrar palestra no evento Nutrição Infantil para Prosperidade de Todos, em Bogotá.
Depois de escolher o ex-chanceler Celso Amorim para assumir a Defesa, a presidente Dilma Rousseff se apressou em convocar os três comandantes das Forças Armadas para uma reunião na manhã desta sexta-feira.
A escolha de Amorim, um ex-ministro com forte histórico ideológico à frente do Itamaraty, não caiu bem entre os militares, e, para se precaver de crises decorrentes da opção, a presidente garantiu que o novo ministro não vai fazer mudanças nos Comandos Militares.
O almirante Moura Neto, comandante da Marinha, o brigadeiro Juniti Saito, chefe da Aeronáutica, e o general Enzo Peri, comandante do Exército, deixaram o Palácio do Planalto dizendo protocolarmente que servem ao Estado e não a pessoas, mas colocar um diplomata à frente do Ministério da Defesa tem suas implicações – que, no caso de Amorim, vão além da mudança no relacionamento com as Forças Armadas.
Nos meios militares, a escolha foi considerada uma afronta e despertou fortes críticas. “Isso não foi solução, não vai funcionar, uma escolha absurda”, disse ao Brasil 247 um empresário com vários laços de amizade entre comandantes das três armas. “Baixo nível”, completou.
Uma avaliação bastante disseminada neste momento aponta o Ministério da Defesa com Amorim como um novo foco potencial de crise política. 
Na cabeça de Dilma, segundo assessores, porque ele pode imprimir um perfil mais estratégico e de menos força bruta à Pasta. É um trabalho que as forças militares já veem exercendo, principalmente nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que o Exército ajuda a tocar em todo o país. O que muda com Amorim? Ou melhor, é possível não mudar com a troca de Nelson Jobim por Celso Amorim?
Em sua primeira declaração como ministro, Amorim falou genericamente sobre o trabalho que irá desempenhar. “Primeiramente, gostaria de agradecer a confiança da presidente Dilma Rousseff. Tenho apreço pelo trabalho dos meus antecessores e pretendo continuar correspondendo aos interesses da nação”, disse o novo ministro, durante palestra sobre relações internacionais na Universidade Estadual da Paraíba, ministrada na manhã desta sexta-feira. É aguardar o início dos trabalhos para saber no que vai dar.
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