sábado, 30 de julho de 2011

Líder militar de rebeldes líbios foi 'morto por milícia islâmica'

Pessoas se manifestam durante enterro de Younes, em Bengazi. A liderança rebelde da Líbia diz que membros de uma milícia islâmica ligada à oposição são os responsáveis pela morte do líder militar dos rebeldes, general Abdel Fattah Younes.

O corpo de Younes foi encontrado na última sexta-feira, junto com o de dois de seus assessores, nos arredores de Bengazi.
Neste sábado, o ministro de Finanças e Petróleo dos rebeldes, Ali Tarhouni, afirmou que o general foi morto, na última quinta-feira, por guerrilheiros ligados à Brigada Obaida Ibn Jarrah, um grupo islâmico.
O general - ex-ministro do Interior que ocupou um lugar-chave no regime do coronel Muamar Khadafi desde o golpe de 1969 - desertou e se juntou aos rebeldes no começo da revolta popular líbia, em fevereiro.
'Tapa na cara'
Tarhouni disse a repórteres em Bengazi que um líder da milícia islâmica deu informações aos rebeldes sobre as circunstâncias da morte de Younes.
Ele afirmou que o general e seus assessores foram mortos a tiros depois de serem convocados para um interrogatório perante um comitê que investigava sua lealdade à oposição.
No entanto, o ministro disse que o motivo dos assassinatos ainda está sendo investigado.
O governo do coronel Muamar Khadafi disse que os assassinatos comprovam que os rebeldes não são capazes de governar a Líbia.
O porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, disse que é "um tapa na cara dos britânicos (o fato de) que o conselho(Conselho Nacional de Transição, a coalizão rebelde) que eles reconheceram não tenha conseguido proteger seu próprio comandante militar).
Segundo analistas, o assassinato levanta suspeitas sobre a possibilidade de confiar nos rebeldes 
Ibrahim disse ainda que Younes foi morto pela Al-Qaeda, repetindo a afirmação de que o grupo é a força mais poderosa dentro do movimento rebelde. 
"Com estas ações, a Al-Qaeda quer marcar sua presenã e sua influência na região."
 "Os outros membros do Conselho Nacional de Transição sabiam sobre isso, mas não puderam reagir porque tem medo da Al-Qaeda", afirmou.O analista da situação do Oriente Médio Shashank Joshi disse que a maior preocupação criada pelo incidente não é que o Conselho Nacional de Transição se fragmente antes da queda de Trípoli, mas, sim, que isso aconteça depois do fim do governo de Khadafi.O correspondente da BBC em Misrata, Ian Pannell, diz que a morte do general Younes vai alimentar as suspeitas internacionais de que os rebeldes não merecem confiança.

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