Renato Rovai
O Santos da geração Neymar da Silva Santos Jr., o craque que carrega o time no nome, é campeão da Libertadores.
Santos do frio Rafael, que mostrou que um goleiro não precisa ser louco e nem experiente para ser bom.
Do menino Pará, que está longe de ser craque, mas que sempre que entra dá conta do recado.
Do operário-guerreiro, Durval, o cowboy solitário do amigo Xico Sá.
De Adriano, o volante que vai se consagrar anulando Messi no Japão.
O Santos de Léo, que infelizmente não aguenta os 90 minutos, mas que atualmente é o melhor lateral esquerdo do país.
Do clássico Arouca, que mostrou mais uma vez que homem de marcação pode chegar na frente e decidir um jogo. Foi dele o passe para o gol de Neymar.
De Danilo, que só falta jogar no gol pra ajudar o time. E que ontem com um belo toque de perna esquerda fez o segundo do Santos.
De Dracena, Elano, Ganso e até de Zé Love, que não podia deixar de desperdiçar um gol feito na final.
Pode parecer pouco, mas muitos outros jogadores sensacionais já passaram pelo clube desde a geração Pelé e não conseguiram levantar esta taça.
Ontem no Pacaembu, ao ver Neymar fazer o primeiro gol da vitória, recordei-me que estava praticamente naquela posição há pouco mais de dois anos, quando o menino franzino, entrava naquele mesmo estádio, aos 15 minutos do segundo tempo de um jogo contra o Oeste de Itapolis, para fazer a sua estréia.
Entrava já como um principe, recebido aos gritos pela torcida.
Nunca havia visto algo igual. A torcida pedir e saudar a estréia de um menino de 17 anos como se celebrasse o retorno de um antigo ídolo ao clube.
Voltei para casa e mesmo quase nunca escrevendo sobre futebol neste espaço, decidi registrar a emoção que havia sentido. Emoção que me encheu de alegria e me fez feliz.
Ontem Neymar não me deixou errar.
Entre outras coisas, naquele 7 de março de 2009 escrevi para que os leitores anotassem seu nome.
Agora o nome dele está anotado e não é só ele que carrega o time no nome.
A partir de ontem Neymar entrou para a história do Santos.
Ele e outros jogadores que costumam ser pouco lembrados, como o zagueirão Durval e talentoso Rafael.
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