quinta-feira, 9 de junho de 2011

Belo Monte ja movimenta a economia do Pará

Nas últimas semanas, além da escalada dos preços de alguns serviços, como aluguel de imóveis, cerca de 3 mil pessoas desembarcaram no município
A autorização do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para o início de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, na semana passada, já movimenta a população do Oeste do Pará, especialmente em Altamira.
Além da escalada dos preços de alguns serviços, como locação de imóvel e de veículos, a cidade começou a receber moradores de outras regiões. Calcula-se que nas últimas semanas cerca de 3 mil pessoas desembarcaram no município, número que deve subir rapidamente nos próximos meses.
Eles estão de olho nas vagas que serão abertas para levantar a megahidrelétrica (11.233 MW) e nos negócios criados pela obra. A construção da usina criará 18 mil empregos diretos e 80 mil indiretos. As primeiras vagas já começaram a ser preenchidas, afirma o diretor-geral da Unidade de Negócios de Energia da Andrade Gutierrez, Flávio Barra, presidente do conselho do consórcio construtor de Belo Monte. Cerca de 110 pessoas foram treinadas pelo grupo para exercer funções de carpinteiro, pedreiro e armadores.
"A grande maioria dos profissionais treinados deve ser contratada pela empresa", diz Barra. O executivo destaca que o consórcio vai privilegiar primeiro os moradores da região e apenas depois vai buscar gente de fora. Até agora cerca de 10 mil pessoas se cadastraram para trabalhar nas obras da usina, sendo entre 10% e 15% mulheres.
Outro fato que vai movimentar a região será a chegada da primeira frota de máquinas, tratores, escavadeiras, caminhões e equipamentos que vão abrir o caminho para a construção do alojamento provisório dos trabalhadores. Na primeira leva, serão cerca de 400 veículos. Todos serão transportados por via rodoviária e sairão de várias partes do País, como São Paulo e Vitória. Alguns equipamentos foram importados.
Barra diz que a expectativa é que os veículos cheguem em Altamira nos próximos 15 dias. Isso se o caminho permitir. A frota de veículos terá de superar vários obstáculos. Um deles é trafegar pela Transamazônica em período de chuva. Outros equipamentos devem chegar na região pelo rio, mas ainda vai demorar um tempo. Primeiro a empresa terá de construir um porto para receber os veículos e materiais de construção. A frota total deve somar 2 mil equipamentos.
Rodada de negócios. Amanhã e sexta-feira, Altamira ficará agitada. A cidade vai abrigar a primeira rodada de negócios entre o consórcio e as empresas da região. Diversos representantes de entidades empresariais do Pará confirmaram presença, como sindicatos de comércio e construção, e a federação da indústria do Estado.
Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco da Amazônia e Banco do Brasil vão participar do evento e oferecer suas linhas de crédito para as empresas. O objetivo da rodada de negócios é mostrar às companhias as demandas criadas pela construção da hidrelétrica. Da mesma forma, o consórcio construtor terá a noção exata da capacidade de oferta das empresas locais e o que terá de importar de outras regiões.
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