quinta-feira, 31 de março de 2011

O fim dos "cabeças de planilha"



Na semana passada, o seminário "Repensando a política macroeconômica", organizada pelo FMI com os economistas David Romer, Joe Stiglitz e Michael Spence e com seu economista-chefe Olivier Blanchard ,decretou oficialmente o fim da era dos "cabeças de planilha" - tipo de analista que contaminou o mercado financeiro nas últimas décadas, com simplificações que desmoralizaram o que se entendia por ciências econômicas.
Munidos de suas planilhas, e com conhecimento insuficiente em política, análise setorial, ciências sociais, psicologia social, e mesmo correlações básicas de economia, esses economistas julgaram ter descoberto o equilíbrio universal, o fim dos riscos sistêmicos. Qualquer questionamento à sua falsa ciência era tratado com superior desprezo. O encontro promovido pelo FMI é a pá de cal nesse tipo de pensamento cabeção, primário, manipulador, insuficiente.
Um dos princípios era a visão monofásica de que cada instrumento de política econômica deveria visar apenas um objetivo.
Por exemplo, para inflação em alta, aumento das taxas básicas de juros. Esse aumento impactava a dívida pública, apreciava o real, causava desequilíbrio nas contas externas que, mais à frente, provocava uma maxidesvalorização do real que comprometia o próprio combate à inflação.
Pouco importava: juros só devem se preocupar com a inflação.
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