terça-feira, 1 de março de 2011

Generais argentinos são julgados por roubo de bebês.

Se fosse brasileiro, Videla ia à Daslu comprar presente para o netinho.


E no Clarín, que chama os generais presidentes de “repressores”.
(Aqui são tratados como George Washington e Thomas Jefferson, pais fundadores da Democracia Brasileira). 
Los ex represores Jorge Rafael Videla y Reinaldo Bignone y otros seis ex jefes militares comenzaron a ser juzgados hoy acusados de robo sistemático de bebés durante la última dictadura. El debate, en el Tribunal Oral Federal 6 de la Capital Federal, es público y televisado.
Videla, Bignone, los ex jefes militares Rubén Franco, Jorge “El Tigre” Acosta, Antonio Vañek, Santiago Riveros, Jorge Azic y el médico Jorge Magnacco están investigados por los delitos de sustracción, retención, ocultación y sustitución de identidad de menores de 10 años, y podrían ser condenados a prisión perpetua. A lo largo de al menos un año, el Tribunal escuchará en principio a 370 testigos.
Note bem, amigo navegante: o julgamento é publico e televisado.
Clique aqui para ler “Procurador do Rio vai julgar torturadores do regime militar como sequestradores”.
E aqui para ler “Filha de Rubens Paiva chama Johnbim de ‘uma vergonha’ ”.
Saiu hoje no Estadão, pág. A9:“Dilma quer Comissão da Verdade neste ano.”

“Maria do Rosário, Ministra dos Direitos Humanos, Johnbim e Cardozo vão procurar lideres partidários para aprovar projeto de lei já enviado ao Congresso no primeiro semestre”
A Comissão da Verdade tem como objetivo esclarecer mortes, desaparecimentos e torturas no regime militar.
A ministra Maria do Rosário está em Genebra numa reunião sobre Direitos Humanos da ONU.
Ela terá que vencer uma barreira quase intransponível, quando voltar ao Brasil.
Se depender do Johnbim, essa Comissão da Verdade se tornará “irrelevante” – foi a expressão que ele usou para desqualificar o então Ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
Agora, ele está mais comportado, porque sabe que com a Maria do Rosário ele não vai c… e andar.
Mas, foi ele, Johnbim, quem vazou para o PiG o projeto da Comissão da Verdade com o objetivo de fulminá-lo.
E o presidente Lula – num dos (poucos) capítulos cinzentos de sua biografia – ficou do lado do Johnbim e deixou o Vannuchi ao sol e à chuva.
Outro que, aparentemente, nutre profundo menosprezo por esses assuntos é o Zé Eduardo Cardozo.
Para servir ao Daniel Dantas ele foi rápido e rasteiro.
Veja como “o Ministro da Justiça defendeu Dantas até com os amiguinhos do Berlusconi”.
Para atender ao pleito dos cabos de 1964, ele anda tão rápido quanto os carros que se movem na Marginal que o Cerra construiu (e destruiu) às margens dos rios que cercam São Paulo.
Veja a reportagem de Leandro Fortes, na Carta Capital sobre o papel do Zé – é assim que o pessoal do Dantas chama ele – quando se trata de defender os direitos dos cabos.
No capítulo dos direitos humanos, o espaço que separa a Argentina do Brasil é o mesmo que vai do Messi ao Dentinho.
A última esperança é o Brasil ter que cumprir a decisão da Corte de Direitos Humanos da OEA, onde a Lei da Anistia do Brasil foi julgada e vergonhosamente derrotada, apesar da brilhante defesa (da Anistia e, ipso facto, dos torturadores) do notável jurisconsulto Sepúlveda Pertence.
Sobre o vergonhoso papel que o Brasil desempenha nessa matéria, leia artigo do professor Comparato.  

Paulo Henrique Amorim
__________________________________

Nenhum comentário: