quarta-feira, 30 de março de 2011

Delfim: réquiem para os neoliberais. Snif, snif. Já vão tarde

Bye-bye Pinochet e os Chicago Boys

Neoliberalismo nasceu, como se sabe, na ditadura de Pinochet, no Chile, com os Chicago Boys.
Floresceu com Margaret Thatcher, Ronald Reagan (que dupla, hein, amigo navegante ?) e construiu sua Suma Teológica nos mandamentos do “Consenso de Washington”, escrito por um economista de organização americana que trabalhava para bancos.
Aqui, brotou no Governo Collor.
Atingiu a maturidade e, simultaneamente, a senilidade no espaço de oito anos em que o Brasil viveu sob a treva planejante de  Padim Pade Cerra e a liderança do Farol de Alexandria, aquele que iluminou a Antiguidade e foi destruído num terremoto.
Agora, realizam-se as exéquias do neoliberalismo.
O filme “Trabalho Interno”, onde Obama se destaca, revela alguns dos aspectos mais fulgurantes da lógica neoliberal.
Deu no que deu: 2008.
É imperdível.
Ontem e hoje, no Valor, na página dois, e hoje na Folha (*), também na página 2, Delfim Netto se refere a um trabalho sob a regência de Olivier Blanchard (economista chefe do FMI), financiado pelo FMI.
Pelo FMI, amigo navegante !
E aqui os neoliberais pensam que o FMI ainda é aquele, aquele, do tempo em que o Fernando Henrique pedia a bênção ao Clinton – clique aqui para assistir ao vídeo memorável em que Clinton desmoraliza FHC em público e ele não defende o Brasil nem a si próprio.
O trabalho a que Delfim se refere – “Repensando a Política Econômica”, reúne palestras de dois prêmios Nobel: Joseph Stiglitz e Michael Spence, entre outros parvos (bom mesmo é aquele colonista do jornal da Globo que usa gráficos e bissetrizes para defender o Agnelli em nome do sacrossanto “livre mercado”).
Conclusões do estudo que enterra de vez Urubologia:
1) Entre o mercado e o Estado, o pêndulo avançou em direção ao Estado (urubóloga vai ter um troço!)
2) É preciso regular os reguladores;
(Não é à toa que o presidente do BankBoston, o Meirelles, outro falcão neoliberal, pediu “independência” ao embaixador americano.)
3) Aumentar os juros não basta. É preciso levar o PIB (aqui, na terra do Nunca Dantes, se chama de Pibão) em conta;
4) “Política fiscal” é muito mais do que “gastos” menos “receitas”.
5) Nós não sabemos o que é “liquidez”;
Logo, quando os colonistas (**) do PiG falam em “excesso de liquidez” para aumentar os juros, caia na gargalhada !
6) Qual é o problema de aplicar “controle de capitais” ou “política industrial” – desde, é claro, que os jenios do BNDES não queiram inventar outra BrOi – clique aqui para ver como ela afundou gloriosamente.
7) Para onde vamos ?
Só a urubóloga e o colonista do jornal da Globo sabem.
Os autores desse estudo não têm a menor idéia.
Por isso, recomendam pragmatismo e medidas cuidadosas, de pequenos avanços.

Que descansem em paz.
E não nos amofinem mais !

Paulo Henrique Amorim
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