O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tomou posse no cargo ontem com a promessa de implementar no setor contratos de gestão baseado em metas a serem atingidas a partir de um indicador nacional de saúde que será criado pela Pasta, junto com um mapa nacional das necessidades de saúde.
"Precisamos ter contratos firmados através de compromissos e metas utilizando um indicador social de garantia da qualidade de acesso, que seja exposto para a população", disse.
Afirmou também que o indicador deve ser "objeto central de pactuação entre União, Estados e Municípios" para respeitar as diferenças regionais do país.
Padilha, que pela manhã deixou a Secretaria de Relações Institucionais, cargo que exercia havia um ano e três meses, disse que, para atingir seus objetivos, pretende transpor para a Saúde parte da experiência adquirida no posto anterior, cuja principal função é a articulação política do governo com Estados, Municípios e o Congresso Nacional. "Não se faz mudanças sem maiorias políticas e sociais para respaldá-las, sem parcerias com prefeitos, governadores, deputados e senadores", disse, durante discurso em uma das mais concorridas posses de ontem na Esplanada dos Ministérios.
Para ele, essa estratégia deve ser inspirada também no Sistema Único de Saúde (SUS), classificado por Padilha de é "referência de pactuação federativa". "O enfoque é aproveitar a capacidade de pactuação federativa do SUS para avançar e construir contratos e colegiados interfederativos e delimitar bem o espaço de gestão de cada um".
Antes dele, discursou o ex-ministro José Gomes Temporão, em longo discurso, criticou a imprensa, ao dizer que "a grande mídia, que no calor do debate, não nos auxilia adequadamente na tomada de consciência para a discussão dos fatores chaves". "Continua a confusão entre cuidar da saúde e tratar de doenças, entre investir em condições que produzem saúde, que melhoram as condições de vida e tecnologias de ponta". Também criticou o corporativismo que "defende modelos obsoletos de gestão, vide o boicote ao meu projeto de fundações estatais".
Alertou ainda para o risco de "americanização" da saúde no país, devido a política de incentivos a planos de saúde privados.
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