sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O NOVO CENÁRIO PAULISTA


Por Guilherme Scarzilli

Com a morte de Orestes Quércia, antigo opositor dos governos Lula e parceiro conveniente de José Serra, o vice-presidente Michel Temer avança para o domínio do PMDB de São Paulo. A chegada de Baleia Rossi ao comando provisório do partido faz parte da movimentação.
Enquanto isso, Geraldo Alckmin e Aécio Neves mandam Serra às favas na sucessão tucana. E Gilberto Kassab começa a debandar do DEM.
Somados, são indícios suficientes para antevermos um rearranjo das facções políticas no Estado que já concentrou e alavancou o oposicionismo nacional.
Gilberto Kassab prepara sua transferência para o PMDB há meses.
Ao contrário do PSDB, o partido da vice Alda Marco Antônio sempre evitou puxar o tapete do prefeito durante as muitas dificuldades. A aliança com certo malufismo quercista, ou quercismo malufista, resultou de uma tratoragem típica de José Serra e colocou interesses muito díspares para repartir as fotos sorridentes.
Acontece que a peemedebização do hoje demo Kassab, especialmente depois da morte de Orestes Quércia, facilita sua proximidade com o governo federal. Não por coincidência, PDT, PC do B, PR, PV e PSB foram convidados a fazer parte do governo municipal. Receberam saborosas ofertas de cargos e tendem a aceitar.
A quem interessa que parte da base de apoio a Dilma Rousseff seja dragada para essa armadilha política? Aqueles partidos precisam de fato imiscuir-se no loteamento da impopular administração Kassab?
Seria prudente que a militância dessas agremiações (algumas com longa tradição de luta na esquerda nacional) começasse a debater o caso antes que se chegue à etapa dos fatos consumados.
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