Temer não está para Dilma como Alencar esteve paraLula.
Saiu no Valor, pág. A6, notável artigo de Maria Inês Nassif, de longe, a melhor analista de jornais do PiG:
“O jogo conhecido do partido de Michel Temer”
Inês demonstra que “ter o PMDB na base de apoio não é garantia de nada”.
Mostra que a ameaça de traição antecede votações importantes.
Sempre foi assim desde o Governo Fernando Henrique.
Agora, é a “traição” na hora de votar o salário mínimo.
Mas, pondera Inês, “nem o PMDB é imutável”.
E disseca a decadência do partido do vice Michel Temer (que não é co-presidente, mas vice).
Primeiro, Dilma resolveu se aproximar mais do PMDB de Sarney do que do PMDB de Temer.
A base de Temer, o PMDB de São Paulo, definha e boa parte dela passou dessa para melhor com a morte de Quércia.
O PMDB perdeu cadeiras na Câmara para partidos pequenos de esquerda.
E essa estratégia de “um apóia e o outro ameaça” não impedirá a Dilma de aprovar muita coisa no Congresso, apesar das chantagens públicas e privadas do PMDB.
E mais: depois de três derrotas consecutivas (duas de Cerra e uma de Alckmin) o pessoal do PSDB e do PFL deve permitir “uma oferta de apoio” maior do que a traição do PMDB.
Diz Inês, sábia: “… a conjuntura tende a exigir nova visão do que é lealdade”.
Portanto, o PMDB é uma re-invenção do PiG para desestabilizar a Dilma.
Assim como a tentativa de transformar o vice em co-presidente.
Como se diz lá em Marechal: vice é peru de fora.
Não se manifesta.
Paulo Henrique Amorim
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