Estão na Vila Cruzeiro e na entrada do Alemão, neste momento, carros anfíbios da Marinha, Caveirões da polícia do Rio, Fuzileiros Navais, policiais federais, policiais civis e militares do Rio, soldados do Exército e, imagina-se, um contingente de agentes de inteligência das diversas forças.
A tomada de controle do Complexo do Alemão demonstra muito mais do que a eficácia de uma política centrada na construção de Unidades Policiais Pacificadoras.
O tráfico fugiu das UPPs, reagiu e passou a ser combatido de forma maciça.
O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança José Maria Beltrame conseguiram, primeiro, integrar as polícias do Rio.
Não é coisa fácil.
O amigo navegante se lembra das cenas de guerra civil em frente ao Palácio do Padim Pade Cerra que se transformaram as divergências entre as polícias Civil e Militar da Chuíça.
O segundo trabalho político de Cabral e Beltrame foi criar as condições morais e técnicas para ter direito à participação de contingentes da Marinha e Exército.
O tráfico não vai acabar.
Sempre haverá o consumidor.
Mas, quando os policiais do Rio de Janeiro cruzaram as ruas estreitas da Vila Cruzeiro e, enfim, chegaram ao topo do morro, ficou estabelecido que o cidadão tinha recuperado uma boa parte de seus direitos.
Direito à Educação, à Saúde, ao Comércio e à Paz.
Quando o secretário Beltrame começou a ofensiva para re-instalar o poder do Estado nas favelas do Rio, a classe média, os ricos, e as Organizações (?) Globo ficaram contra.
Com o argumento hipócrita de que haveria sangue e abusos, escondiam um outro temor, mais profundo.
O temor de que as favelas se tornassem bairros em que cidadãos pobres pudessem viver com dignidade.
E o que a classe média, os ricos e as Organizações (?) Globo mais queriam e querem é a Sowetização do Rio e do Brasil.
O que eles querem é o Carlos Lacerda.
Cabral e Beltrame fizeram o funeral do Lacerda no alto da Vila Cruzeiro.
Aleluia !
Paulo Henrique Amorim
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