quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A ONU condena os Estados Unidos por bloqueio a Cuba

A Assembléia-Geral da ONU condenou  ontem o embargo econômico e comercial a Cuba, decretado há  quase meio século pelos Estados Unidos.A resolução teve o apoio quase unânime dos 192 países que integram a organização: 187 membros votaram a favor, dois contra (EUA e Israel) e três abstiveram-se (Ilhas Marshall, Palau e Micronésia).
O embargo impede as relações comercial entre os dois países, distantes menos de 200 km, e proíbe empresas americanas de  investir ou mesmo se associarem a outras, de outros países, que mantenham comércio com os cubanos. Segundo um relatório do governo cubano, o embargo imposto em 1962 representa para o povo cubano um dano de  173 bilhões de euros atualizado a preços no mercado norte-americano ou a 543 bilhões se as consequências do embargo forem medidas em termos da cotação do ouro no mercado internacional.
Acusando Washington de impor uma “guerra económica cruel de meio século” contra o seu país, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros afirmou ontem que o arquiteto do embargo tinha sido Dwight Eisenhower, presidente dos EUA que começou por reduzir a importação de açúcar cubano, antes de John F. Kennedy decretar o embargo, a 7 de Fevereiro de 1962. Antes da revolução de 1959, o mercado norte-americano era o destino de 67% das suas exportações e 70% das importações vinham dos EUA.
Os países da  da União Europeia (UE) voltaram a manifestar rejeição aos efeitos das sanções dos EUA, que entre outras coisas afetam empresas europeias com presença em Cuba.
O chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla além de uma descrição dos efeitos do embargo, listou uma série de problemas enfrentados por Cuba na área de saúde, por não poder comprar tecnlogia e equipamentos cirúrgicos fabricados apenas nos Estados Unidos ou em outros países que não os vendem por temerem ser atingidos pelas represálias previstas nas leis que regem o embargo.
Nem mesmo a oposição a Fidel Castro defende o embargo.  Para o economista e opositor cubano Oscar Espinosa Chepe, o embargo serviu unicamente “para fazer mal ao povo cubano e justificar a repressão” e acaba por ser “um álibi para Havana justificar o desastre nacional”.
Ontem foi a 19ª vez que Cuba pediu à ONU que pusesse termo ao embargo. Todas as vezes o embargo foi condenado, sem encontrar acolhida dos Estados Unidos.
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