A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) enviou cartas a produtores rurais pedindo doações para "senadores e deputados comprometidos com o setor". Em anexo, a carta traz um boleto bancário de R$ 200 a serem pagos para o Diretório Regional do Democratas no Tocantins.
Os documentos enviados a donos de propriedades agrícolas também fora do Tocantins fazem parte de uma campanha chamada "Agricultura Forte", liderada pela senadora. Kátia não é candidata em 2010, mas usa sua já conhecida popularidade entre os agricultores. O texto garante que a verba irá para candidatos da bancada ruralista, mas não aponta quais. A conta informada, porém, é a do Partido Democratas. A lei eleitoral obriga a abertura de uma conta bancária específica para doações a candidatos e proíbe que sejam feitas em contas preexistentes, como é o caso.
Na última sexta-feira (24), uma liminar expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Tocantins tirou do ar o site www.agriculturaforte.com.br, que também era usado para coletar doações. O TRE ainda pede o bloqueio de todos os recursos arrecadados pelo Diretório do DEM e exige informações do partido sobre qual o volume de dinheiro conseguido até o momento.
A liminar do TRE foi uma resposta a ação da coligação Força do Povo (que inclui partidos como PT e PSDB) e acusa a senadora de realizar "caixa dois". Em nota publicada no site do candidato a reeleição ao governo do Tocantins, Carlos Gaguim (PMDB), a coligação acusa a campanha "Agricultura Forte" de ser uma forma de arrecadar dinheiro para as candidaturas ao cargo de deputado federal de Irajá Abreu (filho de senadora) e Dorinha Seabra, ambos do DEM.
Em prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entregue no início de setembro, Dorinha Seabra declara ter recebido mais de R$ 50 mil do fundo partidário. No mesmo período, Irajá declarou que vieram do partido R$ 100 mil de um total de R$ 710 mil arrecadados por sua campanha.
Embate
A ação da coligação peemedebista não é a primeira rusga entre Carlos Gaguim e Kátia Abreu. Em discurso no Senado, ela chegou a pedir a cassação do registro da candidatura de Gaguim. Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo aponta que o Ministério Público de São Paulo acusa Gaguim de participação em fraudes de licitações no governo.
A pedido do governador, o TRE do Tocantins aplicou uma restrição que impediu os meios de imprensa de tratarem do tema, mas a liminar foi retirada na tarde desta segunda-feira (27).Está aqui no Terra Magazine.
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