Mesmo depois que a Isto É publicou uma reportagem contando como o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor da Dersa paulista, teria recolhido R$ 4 milhões com as empreiteiras em nome da campanha de José Serra e sumido com o dinheiro, nenhum jornal foi atrás da história, que parece ter muito mais coisa ainda do que foi revelado até agora.
Se um episódio semelhante tivesse ocorrido na campanha de Dilma, estaria em todas as manchetes e com os jornalistas mais experientes de cada publicação mobilizados para levantar novos elementos e sustentá-la o maior tempo possível, como vimos diversas vezes no passado.
Mesmo que novas evidências surjam, a mídia continua a ignorar o assunto que poderia trazer sérios prejuízos à campanha de Serra, já que o ex-diretor da Dersa foi o comandante das grandes obras do candidato tucano quando governava São Paulo. Paulo Preto é um personagem quente, como pode se verificar pelos dados dele, que reproduzo ao lado, publicados pela Folha de S.Paulo tempos atrás, quando era investigado pela Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal.
Hoje mesmo, a Folha de S.Paulo esconde em nota da coluna Painel, sob o sugestivo título de “Explosivo”, que Paulo Preto entrará com queixa-crime contra os tucanos Eduardo Jorge, José Aníbal e Evandro Losacco, tesoureiro-adjunto do PSDB, pela acusação de ter desaparecido com os R$ 4 milhões da campanha do Serra.
A queixa-crime pode significar uma ameaça de que a história não é bem assim e que o diretor da Dersa não pretende ficar como único responsável de um episódio que cheira mal. Para uma imprensa que transforma tudo em escândalo e dossiês, o fato objetivo de uma queixa-crime já seria suficiente para o início de uma investigação. Mas como as vítimas podem ser aliadas dos grandes meios supõe-se que deva existir uma operação abafa para não mexer muito com esse vespeiro.
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