Embaixador se reúne com funcionários do governo do Irã.
A dois dias da possível decisão sobre a sentença da iraniana condenada à morte por adultério e assassinato do marido, o governo brasileiro confirmou ontem que apresentou uma proposta formal para que Sakineh Mohammadi Ashtiani seja trazida para o Brasil, como forma de evitar o cumprimento da pena.
O pedido foi feito na semana passada, durante uma reunião entre o embaixador no Irã, Antônio Salgado, e altos funcionários do governo de Mahmoud Ahmadinejad.
A Chancelaria brasileira, no entanto, não confirma se — caso a proposta seja aceita — ela viria ao país na condição de refugiada.
Lula faz apelo e compara caso ao de outro brasileiro
Em entrevista coletiva concedida após a cerimônia de posse do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, Lula afirmou que “essas coisas são muitos delicadas” e devem levar em conta a “legislação” e a “soberania” de cada país.
— O ministro Celso Amorim pediu para o nosso embaixador falar com os embaixadores (iranianos).
Essas respostas sempre demoram. Eu tenho um brasileiro que está condenado à morte na Indonésia, já falei duas vezes com o presidente da Indonésia, já mandei carta — afirmou Lula, comparando o caso com a condenação do brasileiro Marco Asher Moreira, preso em 2003 em Jacarta, com cocaína.
Viúva e mãe de dois filhos, Sakineh já informou que deseja morar no Brasil. Na semana passada, a Suprema Corte do Irã negou mais um apelo dos advogados.
Sakineh Mohammadi Ashtiani, que está presa há cinco anos numa cadeia de Tabriz, no noroeste do Irã, aguarda pelo veredicto no corredor da morte.
Milhares de pessoas em todo o mundo aderiram ao movimento contra a condenação de Sakineh. O caso gerou tanta repercussão que o advogado da mulher, Mohammad Mostafaei, fugiu do Irã para a Turquia, onde foi preso por falta de documentos.
No domingo, Mostafaei fugiu para a Noruega e pediu asilo político ao país.
_______________
Nenhum comentário:
Postar um comentário