por Tiberio Alloggio (*)
Em apenas um século, a humanidade cresceu de 1,5 bilhões para mais de 6 bilhões de habitantes. E seu futuro no planeta dependerá cada vez menos das fontes energéticas não renováveis e cada vez mais das renováveis, principalmente com aquelas que ainda estão em fase de experimentação para ser desenvolvidas.
Nessa condição de penúria global de recursos, o Brasil, graças ao capital acumulado nos seus recursos naturais, está emergindo como potência energética mundial.
As politicas implantadas no setor de energia pelo presidente Lula estão transformando o Brasil numa verdadeira potência energética, tendo condições de se tornar um exportador de energia e, com isso, financiar seu desenvolvimento com taxas de crescimento entre 5 a 7% ao ano. Devendo conquistar uma posição significativa na economia mundial.
A energia necessária as atividades humanas tem três destinações básicas: consumo domiciliar, insumo industrial e transporte.
O consumo domiciliar brasileiro deverá ser suprido fundamentalmente pela hidreletricidade, substituindo de forma acelerada a termoeletricidade baseada nos combustíveis fosseis (gás e petróleo).
A principal fonte de hidroeletricidade do Brasil reside em suas grandes bacias hidrográficas, principalmente na Amazônia, necessitando por isso de uma adequada compatibilização com as questões ambientais.
Diferentemente da emissão de gases, mais poluentes, mas menos visíveis, os impactos da construção de uma hidrelétrica é visível, portanto sujeita a mais contestações do ambientalismo de meia tigela.
O gás natural deverá complementar a matriz energética brasileira, mesmo importando da Bolívia, mas em volumes menores, que não comprometam a sua demanda.
Como fonte complementar, o Brasil tem também a alternativa da energia nuclear, se os EUA não inventar como estão fazendo com o Irã, que o Brasil e o presidente Lula querem construir a bomba atômica.
É um processo este, que requer ampla capacidade de discussão e negociação, um dos grandes divisores de água da política internacional, que já esquentou as relações entre o Brasil e os norte-americanos.
Para o sistema de transportes, com um uso maior da eletricidade na movimentação dos motores e a introdução dos biocombustíveis, o domínio absoluto do petróleo deverá sofrer um baque.
Nesse sentido, o Brasil deverá se tornar um país energeticamente auto suficiente e qualquer que seja o cenário energético internacional futuro, estará de bem com a vida.
O risco de sujar esta matriz energética pode vir da camada do “pré-sal”, onde o Brasil encontrou petróleo e gás natural em grandes volumes. A tentação de usá-los para seu consumo interno e não exportá-los pode ser fatal.
Aqui surge uma grande interrogação: o Brasil terá a capacidade política de estruturar uma nova matriz energética limpa, baseada na exploração da hidreletricidade, deixando de lado os combustíveis fósseis?
Dependerá muito do rumo político que o Brasil tomará após o resultado das eleições presidenciais de outubro.
A oposição política e midiática não está preparada para proposições alternativas nas questões estratégicas. Eles não tem um projeto para o Brasil.
A função histórica da oposição conservadora e da mídia golpista no Brasil é combater todas as políticas que são benéficas ao país, principalmente quando praticadas por um líder comprometido com as classes populares.
Eles são submissos aos EUA e entreguistas do patrimônio nacional por natureza.
Por isso, o Brasil estará ainda melhor se a candidata do PT se revezar com Lula no próximo governo.
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* Sociólogo, reside em Santarém. escreve regularmente no Blog do Jeso.
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