segunda-feira, 24 de maio de 2010

A carta do Irã à AIEA, segundo Celso Amorim

No Blog do Nassif

O Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim acredita que a carta enviada hoje de manhã pelo Irã à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) significa o cumprimento da primeira obrigação do país. Havendo resposta positiva, poderá ser deslanchado um processo que viabiliza o acordo.
Conversei com o Ministro há pouco.
Em sua opinião, o que provocou um recuo na possibilidade de acordo, não foram declarações do Irã posteriores ao compromisso firmado com Brasil e Turquia, de que não abdicaria de seu programa nuclear.
Durante meses, Brasil e Turquia trabalharam para viabilizar um acordo proposto pelos própios países ocidentais, o chamado G5 + 1 – incluindo a Alemanha. Essa formação mostra duas coisas, diz Amorim. A primeira, que o desenho institucional atual não comporta mais a nova correlação de forças no mundo. Por isso sempre entra um G e um + alguma coisa. Em sua opinião, essa formação do G5+1 era uma tentativa de criar uma nova aristocracia internacional. São cinco países que têm a bomba atômica e um, a Alemanha, que domina o ciclo nuclear.
O objetivo maior do Brasil e Turquia foi criar confiança nas relações do Irã com a AIEA e com o Ocidente. Nunca se pensou em resolver todos os problemas, diz ele, sobretudo com os países ocidentais que são os promotores principais desse relacionamento – EUA, Reino Unido e Fraça, que modulou um pouco o discurso mas permaneceu na mesma linha. Amorim considera que Rússia e China têm uma agenda diversa.
A maneira de criar confiança seria tirar do Urânio uma quantidade significativa de urânio de baixo enriquecimento.
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