segunda-feira, 22 de março de 2010

BIG BOSTA

A revista In-Veja já fez o papel de polícia e juiz. 

Vai ficar impossível assistir TV, ler jornal ou ouvir rádio sem sermos bombarbeados (novamente) com notícias (notícias???) da tragédia da menina Isabella Nardoni. 
O jornalismo (jornalismo???) brasileiro bebeu demais no modelo de espetacularização estadunidense. 
Quem não se lembra da saga do ex-jogador de futebol americano OJ Simpson, cujo julgamento pelo assassinato da ex-mulher e seu amigo-amante durou 372 dias? Nada menos que 20 milhões de pessoas assistiram ao julgamento pela televisão, acompanhando-o como novela da vida real. A audiência final, quando o veredicto foi anunciado, bateu o recorde de audiência da chegada do homem à Lua e do funeral do presidente norte-americano John Kennedy, recordes antes quebrados apenas em abril de 1973 com o show de Elvis Presley no Havaí.
*o curioso desse episódio é que OJ Simpson foi inocentado pelo duplo homicídio e depois confessou tudo em detalhes num livro, que vendeu barbaridades, claro. A história rendeu ainda 27 filmes, entre longas e seriados de TV. O cara só foi preso 13 anos depois, e por outro crime – assalto a mão armada, condenado a 33 anos. Vá entender os EUA!!!
Mas voltando ao nosso espetáculo, botaram o repórter na porta do fórum, à noite, com tudo fechado e o cara passou uns 10 minutos explicando o nada. 
Esse é que é o problema. O tempo da Justiça não é o tempo da mídia.
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