quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Por que Aécio é candidato

O Dr Tancredo também sabia que era preciso conter a hegemonia de São Paulo

O passarinho pousou na janela lá de casa e explicou:
Aécio é candidato porque ele sabe que o Serra perde.
Aécio é candidato porque sabe que dentro da máquina do PSDB e dos Demos fora de São Paulo Zé Pedágio não passa.
Aécio é candidato porque ele sabe que o Brasil cansou do paulistismo.
Aécio é candidato porque ele sabe que é impossível eleger alguém que represente o anti-Lula, como o Zé Pedágio.
Aécio é candidato porque vai ser difícil o presidente Lula pendurar o Fernando Henrique no pescoço dele.
Como se sabe, Aécio tem por Fernando Henrique o mesmo respeito que seu avô tinha: ou seja, nenhum.
Aécio é candidato porque se ganhar, ganhou.
Aécio é candidato porque se perder, ele se torna o líder da oposição no Brasil.
Quem desempenha essa função hoje, como se sabe, é o Supremo Presidente do Supremo. Clique aqui para ler Lula dizimou a oposição e só sobrou o Gilmar.
Aécio é candidato, porque, mesmo se perder, ele devolve os tucanos de São Paulo à posição que São Paulo sempre teve (*) na política nacional: a posição subalterna.
Aécio tem 49 anos.
E se ficar quatro anos sem cargo público, será sempre o líder da oposição conservadora do Brasil.
Um conservadorismo que respeita o presidente Lula e não desafia o Poder Central.
Ou seja, Aécio é mineiro.
Mais do que tucano, ele é do PSD, como o avô.

Paulo Henrique Amorim


Em tempo:
em entrevista ao Conversa Afiada, o notável político pernambucano Fernando Lyra, que foi Ministro da Justiça de Tancredo, contou -clique aquipara ler - que Tancredo não nomeou Olavo Setúbal Ministro da Fazenda – como muitos queriam -, para não dar poder a São Paulo.

(*) Fernando Henrique Cardoso se elegeu a primeira vez por causa do Plano Real, do mineiro Itamar Franco. A segunda vez, quem o elegeu foi o presidente Clinton, que empurrou pela goela do FMI um plano para salvar o Real um mês antes da eleição. O legado político de Fernando Henrique, como se sabe, não o credencia a se eleger vereador de São Paulo, com ou sem dinheiro da indústria imobiliária.

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