As balsas carregadas de madeira ilegal estão, desde o último sábado, retidas por moradores da Gleba Nova Olinda, no município de Santarém, oeste do Pará. A quantidade retida de madeira está estimada entre 500 e 600 toras, algo em torno de mil e quinhentos metros cúbicos.
Após dez dias de iniciado o “empate” no rio Arapiuns, cerca de 400 moradores de 25 comunidades seguem mobilizados para impedir a descida de quaisquer balsas transportando madeira. O bloqueio iniciado no dia 12 de outubro quer chamar a atenção do governo do Pará para o caos fundiário e a intensa atividade de exploração de madeira na Gleba que, segundo os moradores, é ilegal. De acordo com relatos locais, a cada semana de cinco a dez balsas de madeira descem o rio.
Ontem representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Santarém (STTR) e da ONG Terra de Direitos sobrevoaram a Gleba para documentar a situação das áreas degradadas que foram detectadas com auxílio de imagens de satélite. Pelo menos cinco pontos de exploração, totalizando cerca de três mil hectares, já foram degradados.
Apesar dos boatos de violência que circulam na cidade de Santarém, o clima na comunidade São Pedro, onde acontece o “empate”, é pacífico. Ao longo do dia, pessoas de todas as idades fazem atividades educativas, repassam informações e discutem os próximos passos da mobilização. Por meio de uma rádio improvisada, a “Rádio comunitária São Pedro”, os moradores organizam também as tarefas diárias que incluem abastecimento e preparação da comida, limpeza da praia, serestas e outras atividades culturais. “Não temos ninguém mandando a gente agir, temos gente mais experiente que orienta e discute, mas somos um coletivo, todas as pessoas têm espaço” disse Dinael Cardoso, 38 anos, da Comunidade Braço Grande.
No dia 14 de outubro, em reunião com entidades do movimento social, representantes de órgãos de governo do Pará, incluindo Sema, Ideflor e Iterpa, assumiram o compromisso de fiscalizar as áreas alvo de exploração e a expectativa é que isso aconteça ainda esta semana. “Até que a situação fundiária na Gleba seja definida, queremos assegurar que essas florestas não serão destruídas. Enquanto o governo não fiscalizar as áreas e apresentar um relatório, o rio Arapiuns permanecerá bloqueado e a madeira não será liberada” disse Manoel Edvaldo, vice-presidente do STTR.
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Um comentário:
Essa madeira que está nas balsas é oriunda de Projeto de Manejo, é legal. Os projetos de manejo são altamente benéficos ao meio ambiente e às comunidades que moram ao redor, uma vez que empregam pessoas e geram renda a elas e ao Estado. Ressalta-se que esses manifestantes, eles sim, estão na órbita do ilegal, uma vez que renderam pessoas que estão dentro dessas balsas e produtos legalizados, fruto de trabalho honesto. De acordo com depoimentos, os manifestantes estão fortemente armados, inclusive com arma de fogo. Isso sim é crime que deve ser combatido. Esclarece-se, ainda, que apenas 3 comunidades das 14 existentes fazem parte do protesto, um contigente de pessoas que não alcança sequer o número de 80, ao contrário do que algumas ONGs têm divulgado. Por fim, noticia-se que os empresários atingidos estão providenciando as medidas judiciais cabíveis para acabar com esse ridículo protesto sem causa alguma, pessoas na verdade querem distorcer a verdade dos fatos, alegando a defesa do meio ambiente. Asseguro que não é esse o maior interesse dessas pessoas que estão lá e das ONGs que os apoiam.
Meu nome é Gabriel Malta
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