Depois de 10 anos em funcionamento na Europa, finalmente o Brasil regulamentou a oferta de internet por meio da rede elétrica. A tecnologia conhecida como Power Line Communications (PLC) foi aprovada, ontem, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
É um grande passo para democratizar o acesso à internet no país, já que 95% dos lares brasileiros têm eletricidade instalada (mesmo que muitos não possam pagá-la).
O segredo do PLC é que ele transmite dados (podendo transmitir também voz e sinais de TV) na casa dos MegaHertz (entre 1,7 e 30). Já a energia elétrica é transmitida numa frequência inferior (entre 50 e 60 Hertz). Isso possibilita que os dois sinais convivam em harmonia num mesmo fio de cobre.
O PLC permite transmissão de dados até 40 Megabites por segundo. Na Europa, ela é atualmente de 4,5 Mbps, mas deve chegar a 14 Mbps até o final do ano. Já é muito melhor que lixo de conexão oferecido hoje pela rede de telefonia no Brasil.
As regras aprovadas pelas agências reguladoras devem, obrigar as concessionárias de energia a ofertar suas redes em leilões públicos, não podendo tomar para si o novo negócio. Em troca, ficarão com 10% do lucro obtido com o serviço. Os outros 90% do lucro devem ser revertidos para a redução da tarifa de energia elétrica.
Hipoteticamente, o serviço de internet por rede elétrica deve ser mais barato. Afinal, o investimento é mínimo (apenas amplificadores de sinal a cada 3,5 quilômetros de rede) se comparado ao cabeamento telefônico ou à instalação de redes 3G.
Falei hipoteticamente porque nem sempre “as leis de mercado” se aplicam de forma natural no Brasil.
Mesmo assim é uma grande notícia. Em poucos anos, poderemos duplicar ou triplicar o número de residências conectadas no país. Isso significa pessoas com mais acesso à informação e à cultura. Melhor. Com mais diversidade de opiniões.
À primeira vista, pode ser um grande xeque-mate na mídia golpista e monopolizada.
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