Quando da mudança do nome da gripe suína para Gripe-A, há uma semana, o jornalista Mauro Santayana, em sua coluna do Jornal do Brasil, divulgou dados relevantes e suspeitas graves que, por alguma razão, não eram citados nas notícias de nossa mídia.
No último domingo eles afinal chegaram também à primeira página do jornal Washington Post, destacados em três colunas.Enviada da cidade de La Gloria, no México, onde fica gigantesca fazenda de criação de porcos, a reportagem de Steve Fainaru, da editoria internacional do Post, referiu-se às denúncias feitas há anos por comunidades afetadas por unidades industriais como aquela, sobre os efeitos das lagoas de excremento e urina, de mais de um milhão de porcos, que contaminam os lençóis freáticos da região.
No segundo parágrafo da reportagem o jornal ressalvou que “as autoridades de saúde não encontraram conexão entre as granjas de criação de porcos e a gripe suína”. E as autoridades da Organização Mundial da Saúde fizeram mais do que isso, como Santayana registrara. Aparentemente sob pressão das multinacionais de porcos, inventaram o nome novo - e neutro - para distanciar os porcos da doença.
Bertha Crisostomo, autoridade municipal de La Gloria citada no Post e na coluna de Santayana, foi acusada pela Smithfield. Atualmente está em liberdade sob fiança. Em fevereiro ela denunciara a contaminação do subsolo pelos tanques de urina e excrementos da Carroll. Hoje ela acha que a companhia escolhe certos alvos deliberadamente - parte de um processo de intimidação para silenciar os descontentes.
Assim, a gravidade da gripe suína - ou Gripe-A, Influenza-A, ou que nome tenha - está servindo para amplificar um problema que já era sério para os residentes da área e continua a crescer devido à expansão da atividade da transnacional, ameaçando ainda mais a saúde e o meio ambiente. Apesar de favorável a investimentos na região, Crisostomo acha que não se pode negociar com a saúde das pessoas.
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