A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) montou um seminário, a se iniciar em 1o de Abril (Dia da Mentira), para discutir “democracia, cidadania e acesso à informação pública”.
Mas olha quem são os convidados: Gilmar Mendes, José Sarney e Michel Temer!
A diretoria da Abraji é formada assim:
- A presidente, Angelina Nunes, é de O Globo
- O vice, Fernando Rodrigues, é da Folha de S.Paulo
- Entre os diretores há três repórteres de O Estado de S.Paulo, um da Folha e um do Consultor Jurídico (cabeça de rede do Sistema Dantas de Comunicação!)
Que associação de jornalistas é essa que convida, para falar de “democracia, cidadania e acesso à informação pública” três figuras notadamente ligadas, justamente, a censura de jornalistas, desrespeito à democracia e manipulação de meios de comunicação em prol de interesses pessoais e financeiros?
Michel Temer, a mando de Gilmar Mendes, mandou retirar do ar o programa “Comitê de Imprensa”, da TV Câmara, porque não gostou das declarações do jornalista Leandro Fortes, da revista CartaCapital, a quem processa por ter feito uma reportagem (investigativa!) sobre os negócios do presidente do STF em Brasília. Trata-se da matéria sobre o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), financiado por dinheiro do Banco do Brasil, com um terreno praticamente doado pelo ex-governador Joaquim Roriz. O IDP ganhou mais de R$ 2 milhões em contratos sem licitação com o governo.
José Sarney, segundo gravação (legal) feita em recente Operação da Polícia Federal no Maranhão, foi flagrado pedindo ao filho, Fernando Sarney, para usar a TV Mirante (retransmissora da TV Globo), de propriedade da família, para atacar adversários. Sarney também é dono de jornais e rádios em todo o estado, que usa para manter a hegemonia política da família e manter aquela unidade da federação com os piores índices de educação, saúde e distribuição de renda do Brasil. Foi Sarney, também, com a ajuda do falecido Antonio Carlos Magalhães, que iniciou a farra de concessão, em troca de cinco anos de mandato presidencial, de rádios e TVs para políticos brasileiros, cujas conseqüências são, justamente, a formação de oligopólios donatários dos meios de comunicação no país.
Detalhe: a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) participa da organização do evento, mas até hoje não se manifestou a respeito da censura na TV Câmara contra o Leandro Fortes, da Carta Capital …
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