quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

PIG ENCOBRE TUCANALHAS

Em 2005, Roberto Jefferson deu uma entrevista exclusiva à "Folha", em que lançava dezenas de acusações contra o governo federal. Foi nessa entrevista, também, que Jefferson cunhou a expressão "Mensalão".
Vocês se lembram da manchete da "Folha de S. Paulo" na época?
"PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson".
Agora, comparemos com o título da última sexta-feira da primeira página da "Folha" sobre a denúncia do PSOL de Luciana Genro contra Yeda Crusius, governadora do PSDB:
"Sem provas, PSOL acusa tucanos de corrupção no RS".
Por que este "sem provas" tão cuidadoso, no título?
Por uma questão de isonomia, o correto seria "Governo tucano tucano tem corrupção e caixa dois, diz PSOL".
Por que o mesmo "sem provas" não apareceu na manchete quando Jefferson deu sua entrevista?
Hum...
A denúncia é gravíssima. E já há um cadáver.
Marcelo Cavalcanti, ex-assessor de Yeda Crusius, apareceu morto no Lago Paranoá, em Brasília.
Ele deveria ter uma reunião com o Ministério Público Federal em Brasília, logo após o Carnaval.
Hum, hum...
Na "CartaMaior", em reportagem de Marco Aurélio Weissheimer (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15702), leio que os parlamentares do PSOL que fizeram a denúncia "disseram que a governadora Yeda Crusius reuniu-se com Marcelo, semana passada, em Brasília, informação confirmada pela esposa do mesmo.
Segundo a deputada, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, teria participado da conversa que não teria sido nada amigável, o que foi negado no final da tarde pelo senador tucano."

Hum, hum, hum...
Imagine se um ex-assessor do governo da Bahia, do PT, tivesse morrido, poucos dias antes de depor ao Ministério Público, num caso que envolve corrupção? Imagine as manchetes a essa altura? Eu imagino: "Ex-assessor petista aparece morto em Brasília". Seria manchete semana inteira, com matéria na "Veja", e editorial na "Folha".

A essa altura, confesso que nada do que vem da "Veja" ou da "Globo" de Ratzinger me surpreende mais.

Extraido do "Escrevinhador" (Rodrigo Vianna)
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