
O líder dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), José Rainha Júnior, rebateu nesta quinta-feira as acusações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que criticou na quarta-feira a violência do movimento e disse que as autoridades não podem tolerar as invasões.
Rainha, que liderou a ocupação de 21 fazendas no Pontal do Paranapanema durante o carnaval , cobrou do ministro o mesmo tratamento dispensado ao banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity e acusado de corrupção, durante a Operação Satiagraha , da Polícia Federal, no ano passado.
Dantas foi preso duas vezes, mas acabou solto após habeas corpus concedidos por Mendes. Ele foi condenado em dezembro a dez anos de prisão pelo juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto de Sanctis.
- Nós estamos lutando pela dignidade humana e o ministro não pode nos dar tratamento diferenciado ao que deu, por exemplo, a Daniel Dantas. Não se pode deixar os ricos sempre a favor da lei e condenar os pobres por se valerem de lutas - disse o líder dissidente do MST.
Por andrei barros correia
Estamos anestesiados, condicionados, viciados. Juiz julga e fica calado sobre o que julga. Juiz é aquele personagem em que ficam mal a ânsia de protagonismo, o indecoro, a falta de pudor.
Verifica a adequação de fatos a moldes legais. Interpreta os moldes legais segundo regras que não foram inventadas ontem, no botequim da esquina.
Política pública, opção política, isso está a cargo dos representantes do povo.
Estamos tão anestesiados que consumimos acriticamente o discurso de ocupação de espaços institucionais vazios. Isso é uma impossibilidade conceitual. Não há espaços institucionais vazios. Há funções mal desempenhadas.
Ou bem se vive um estado de direito, e não se invadem espaços, ou não se o vive, e se invadem espaços.
Gilmar Mendes, como outros ministros, são simplesmente indignos de o serem.
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