No ultimo sábado (21/2), quatro pistoleiros foram mortos ao tentarem invadir o acampamento Consulta e assassinar um companheiro.
O conflito na região vem ocorrendo desde abril de 2000, quando as fazendas Consulta e Jabuticaba foram ocupadas.
De lá para cá foram vários despejos realizados pela polícia militar e ameaças permanentes por parte de pistoleiros e milícias armadas.
Infelizmente até hoje o Incra (Instituto Nacionla de Colonização e Reforma Agrária), mesmo classificando as propriedades como improdutivas, não conseguiu a desapropriação das áreas, pois houve manipulação dos registros de imóveis no cartório e a fazenda Consulta foi subdividida enquanto tramitava o processo de desapropriação.
No desfecho da situação, quatro pistoleiros morreram e um trabalhador foi baleado.
A coordenação do acampamento convocou a polícia para denunciar a tentativa de massacre contra os acampados. Ao chegar no acampamento a polícia prendeu o companheiro Aluciano e um trabalhador, o Sr. Paulo, de 64 anos.
Hoje, as famílias acampadas estão sobre ameaça permanente, por parte da milícia armada da região. Estamos solicitando de imediato a garantia de vida para as famílias acampadas e a desapropriação das duas fazendas.
Terra Magazine falou com Jaime Amorim, membro da coordenação nacional do MST radicado em Pernambuco. Amorim sustenta que os seguranças mortos no sábado faziam parte de "milícias armadas". O coordenador do movimento na região admite que os sem-terra foram os autores dos disparos, mas alega legítima defesa, apesar do "exagero" das mortes.
Se os trabalhadores não se defendessem iriam morrer. Muitos já foram mortos por pistoleiros violentos da região, que hoje está aliviada com a morte deles. Não era o que nós queríamos. Houve, de fato, exagero.
Nesta quarta-feira, 25, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes declarou discordar das ocupações enquanto forma de manifestação e insinuou que estariam sendo feitos "financiamentos ilícitos dessas instituições". O coordenador do MST ataca:
- O ministro deveria se envergonhar do que disse.
Amorim explica que discorda do ministro por ele não levar em conta que em São Joaquim do Monte, "o primeiro a extrapolar os limites da legalidade foi o proprietário que mantém, há oito anos, terras consideradas improdutivas pelo Incra".
Sobre o conflito ocorrido no sábado, Jaime afirma que nem o Incra nem o governo estadual ajudaram a evitá-lo. "Muito pelo contrário, colaboraram (para o ocorrido)", critica.
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