Paulo Henrique Amorim
Dois importantes colunistas da imprensa americana protestam contra a decisão de Barack Obama de “não olhar para o passado”.
E não investigar os crimes de George Bush.
Como diz Paul Krugman no New York Times, isso significa que quem exerce função pública está, de fato, ACIMA da lei. Arianna Huffington acha o mesmo :Huffington mostra que no site de Obama – www. change.gov – há um espaço para os “navegantes” (*) fazerem perguntas.
E a pergunta mais freqüente – 23 mil votos – foi se Obama nomearia um Promotor público para investigar os crimes de Bush – por exemplo, os grampos ilegais e a tortura (”Will you appoint a Special Prosecutor (ideally Patrick Fitzgerald) to independently investigate the gravest crimes of the Bush administration, including torture and warrantless wiretapping?”)
Lamentavelmente, Obama e o vice, Joe Biden querem replicar Lula: passar a mão na cabeça dos crimes de Fernando Henrique Cardoso.
O Farol de Alexandria deu o golpe da “!transição civilizada” em Luis Inácio Lula da Silva.
“Civilizadamente” ele se comprometeu a passar o cargo - não faria como Figueirdo, que saiu pela porta dos fundos - Lula não iria atrás dos crimes dele – e na semana seguinte ele, o Iluminado, se sentiu no direito de começar a campanha do Quanto Pior Melhor.
Lula não foi atrás da compra da re-eleição, do Sivam, da conta de Sergio Motta em Luxemburgo - uma coisa é o Dossiê Cayman, fajuto; outra é a conta …
Não foi atrás do lançamento do Plano Real, em que André Lara Resende ganhou uma fortuna porque pôde controlar a cotação do Real – fato cabalmente demonstrado no livro ”Cabeças de Planilha”, de Luis Nassif.
E, mais do que tudo, Lula fingiu que não viu a patranha da privatização.
Se esqueceu do Daniel Dantas.
E oficiou a celebração triunfal da privatização de Fernando Henrique: a BrOi.
Lula engoliu a patranha de FHC
Se Obama seguir o caminho de Lula, já se sabe como vai acabar.
Esse trem que saiu de Chicago em direção à Casa Branca para refazer o trajeto de Abraham Lincoln pode acabar, no caminho de volta para casa, como George Bush: em opróbrio.
Em tempo: o New York Times conta que, na II Guerra, Winston Churchill costumava se hospedar nos aposentados privados de Franklin Roosevelt, na Casa Branca. Uma noite, Roosevelt acordou excitado com a idéia de chamar os aliados na Guerra de “Nações Unidas”. E consultar Churchill. Quando entra no quarto, encontrou Churchill completamente nu, ao sair do banho. Roosevelt ficou sem graça, começou a sair do quarto, quando Churchill lhe disse: “O Primeiro Ministro da Inglaterra não tem nada a esconder do Presidente dos Estados Unidos.”
(*) “Navegantes” é uma expressão que o Mino Carta usa no Blog. Sai de “navegar” na internet, e é muito melhor do que “leitor” ou “internauta”. O Conversa Afiada vai adotar o “navegante” do Mino – ele sabe das coisas.
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