segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O FATOR CIRILLO

Paulo Henrique Amorim

O Juiz Fausto de Sanctis tem o áudio das nove gravações dos telefonemas de Chicaroni para Cirillo, o espião contratado por Gilmar Mendes, o Supremo Presidente do Supremo.
Chicaroni foi condenado com Dantas – ele fazia parte da missão para subornar um policial federal.
Foi tudo filmado, gravado, e, mesmo assim, o Presidente Supremo Gilmar Mendes não acreditou – deu o segundo HC a Dantas (o primeiro, o primeiro, foi 48 horas antes).
O Coronel Cirillo trabalhava na ABIN que o Supremo Presidente Gilmar Mendes montou no Supremo – era para ser à imagem e semelhança da ABIN que José Serrágio (*) (de pedágio, os maiores do Brasil) montou, com o deputado Marcelo Itagiba, no Ministério da Saúde…
(Uma ABIN própria, individual, que, no caso de Serrágio, servia para fabricar dossiês contra adversários, como Paulo Renato de Souza e Tasso Jereissati - ambos do partido de Serrágio. Tudo isso está devidamente explicado por Leandro Fortes, nesta edição da Carta Capital, onde se aprende que o Supremo Presidente é quem vaza para a Veja ………
Em resumo: Chicaroni trabalha para Dantas e Cirillo trabalhava para Gilmar.
E Chicaroni e Cirillo trabalham juntos num Instituto Sagres.
O Juiz Fausto De Sanctis mencionou em seu relatório que Dantas é de tal forma audaz que deposita nos mais altos escalões da República alguém de sua confiança.
E mencionou os nove telefonemas do empregado de Dantas, Chicaroni, ao funcionário de Mendes, Cirillo.
Mendes, o Supremo Presidente, ficou uma fera e representou ao Ministério Público – que história é essa, perguntou?
O que moveu Mendes foi a fúria, o ódio contra De Sanctis: “Agora pego esse cara”, foi a reação dele ao saber da citação – revela a Carta Capital.
Ou seja, Mendes pressupõe que De Sanctis fez uma pegadinha, para desmoralizar Mendes, sem provas.
Ledo engano. Está tudo gravado. E com áudio! O Juiz De Sanctis tem a gravação.
Está na Operação Satiagraha, do ínclito delegado Protógenes Queiroz.
Não é como aquele grampo do Mendes com o Senador Demóstenes Torres, um grampo sem áudio, que, segundo o deputado serrista Marcelo Itagiba, é assim mesmo: a Veja tem o direito de ter grampo telefônico sem áudio…
Portanto, a verdade que o Supremo Presidente busca com tanto empenho está lá, depositada nos arquivos do Juiz De Sanctis. E dos procuradores Anamara Osório e Rodrigo De Grandis.
Um dia se conhecerá o teor dessas conversas.

Em tempo: Fala-se muito em impeachment de Gilmar Mendes. Há na internet um abaixo assinado sobre a matéria. (Clique aqui para assinar) O Supremo Presidente Gilmar Mendes trabalhava para Fernando Collor e bradava no Palácio do Planalto que a CPI não ia dar em nada e que Collor jamais cairia. Foi Mino Carta, então na revista Istoé (empresa de comunicação hoje no “Sistema Dantas de Comunicação”), quem deu o empurrão para tragar Collor no impeachment, com uma entrevista do motorista de Collor. O Presidente Supremo deveria pôr as barbas de molho. Com o Mino, não se brinca… E esse Cirillo pode desempenhar o papel de motorista de Presidente …
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