segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Lacerda entende que Lisboa era a solução possível?

por Bob Fernandes

Afastado desde 1° de setembro, o ex-diretor-geral da Abin Paulo Lacerda foi exonerado hoje do cargo e indicado para assumir o posto de adido policial, na Embaixada de Lisboa, por dois anos.

O delegado que reformulou e reergueu a Polícia Federal ao longo de um mandato de 5 anos, e depois comandou a Abin até setembro de 2008, decidiu que não dará declarações públicas sobre o afastamento e a indicação para Portugal.

Lacerda entende que esta foi a solução possível para minorar o grave problema que envolveu a Abin, fustigada pela cúpula da PF e pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim (no rastro da Operação Satiagraha, executada pelo delegado Protógenes Queiroz e por ele coordenada).

Ainda que se pensasse em seu retorno à direção Abin, Paulo Lacerda admite que sua volta ao posto reeditaria todos os choques internos e via mídia. O que resta agora ao governo é apurar quem - da cúpula da PF - vazou a informação da Satiagraha, dois meses antes de sua deflagração, para ser publicada em 26 de abril pela Folha de S. Paulo.

Lisboa não era a única alternativa para Paulo Lacerda. Mas foi dele a opção final. Entre os articuladores de sua saída e da solução definitiva, esteve o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

Durante a gestão de Lacerda, a PF articulou cerca de 350 operações e prendeu mais de 6.000 pessoas. Em 2007, ele foi substituído pelo delegado Luiz Fernando Corrêa.

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