Por Jota Ninos (Jornalista)
A espada de Dâmocles é uma alusão freqüentemente usada para representar a insegurança daqueles que têm grande poder e que pode lhes ser tomado de repente, ou, mais genericamente, a qualquer sentimento de confusão iminente. E insegurança, é a única palavra que pode retratar a Santarém deste final de 2008, diante do desfecho de uma votação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impediu a diplomação da prefeita eleita Maria do Carmo.
A população santarena pode estar vivendo a experiência de Dâmocles, com uma espada sobre a cabeça, numa sensação quase idêntica à que foi vivida há 40 anos quando a Câmara Municipal de Santarém cassou o mandato de Elias Pinto (foto à direita), eleito por grande maioria da população para comandar a Prefeitura. Essa mesma insegurança acabou transformando Santarém, naquele tempo em, pasmem, “área de Segurança Nacional”(!), o que significou viver quase 20 anos sem ter prefeitos eleitos pelo voto, e sim indicados pelo regime militar de então.
Nem de longe Santarém corre esse risco hoje, mas a sensação de insegurança deve ser a mesma. Só quem viveu à época pode confirmar isso. E diante da atual crise institucional, a única frase que ecoa nos corações e mentes de quem votou, ou não, na prefeita Maria do Carmo lembra a célebre insegurança de um personagem drummondiano: e agora, Maria?
De um lado temos a insegurança jurídica que brota das várias interpretações do que aconteceu, de fato, na seara dos tribunais. Não cabe aqui discutir se foi um erro da assessoria jurídica de Maria, ou como querem outros, um “golpe” de Lira Maia que estaria vivendo seu ocaso político (como relatei em análise, após as eleições) e só poderia vencer “no tapetão”, para usar uma frase do futebol.
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