quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A TEORIA DA CONTAMINAÇÃO

Gaspari, Jobim, Itagiba e Pelegrino: um por todos, todos por um

Paulo Henrique Amorim

O “colonista” (*) Elio Gaspari, no Globo de domingo, deu a senha: a ABIN “contaminou” a Satiagraha.
Gaspari, como sabe o ombudsman da Folha (da Tarde**), é o primeiro-ministro na sombra do Governo do presidente eleito José Serra.
Eles se falam todo dia, de madrugada – os dois não dormem e isso se percebe …
Em Buenos Aires, ontem, o ministro serrista Nelson Jobim, aquele que derrubou o delegado Paulo Lacerda com uma prova forjada, voltou a falar: a ABIN “contaminou” a Satiagraha.
O deputado serrista Marcelo Itagiba e o deputado petista Nelson Pelegrino, presidente e relator da CPI dos Grampos, aquela que faz de tudo para salvar Dantas, vão fabricar um relatório para provar o quê?
Que a ABIN “contaminou” a Satiagraha.
O papel de Marcelo Itagiba é o de sempre: ele faz o que Serra não pode fazer, em público.
Itagiba, no comando da Policia Federal no Rio, a pedido de Serra, transportou o delegado Deuler Rocha para a Ilha do Diabo, porque Rocha investigava as primeiras falcatruas de Dantas.
Itagiba foi um dos “operadores” da Operação Lunus, aquela que desmontou a candidatura de Roseana Sarney à presidência e concluiu com o fax de um delegado da Policia Federal para o Palácio da Alvorada, para Fernando Henrique Cardoso, com a expressão “missão cumprida”. Itagiba foi trabalhar como chefe do Serviço de Inteligência do Ministério da Saúde de Serra.
Para quê?
Para desestabilizar a candidatura dos adversários.
Produzir grampos, dossiês, “notas” para a imprensa e outros métodos “truculentos”,como diz Ciro Gomes.
Por falar nisso, cadê o Dossiê Aécio ? – Serra se esqueceu de produzir? Ainda não teve tempo? O Marcio Fortes estava sobrecarregado com a eleição do Quintão em Belo Horizonte?
Nelson Pelegrino não chegou, sequer, a ganhar a convenção do PT e ter o direito de se candidatar a Prefeito de Salvador.
Mas, presta agora um grande serviço a Dilma Roussef (e ao presidente que tem medo, o Presidente Lula). “Contaminar” a Satiagraha.
Nelson Jobim já prestou dois grandes favores a Lula: derrubou Paulo Lacerda e colocou Lula no banco dos réus, ao lado do Coronel Ustra .
Agora, boicota a Satiagraha.
Todos eles: Gaspari, Nelson Jobim, Itagiba, Pelegrino e Gilmar Mendes (o empresário) tem o mesmo objetivo: desconstruir a Satiagraha.
Tirar a Satiagraha da eleição de 2010.
A Satiagraha flagra José Serra e sua filha, o Lulinha dos tucanos.
A Satiagraha flagra jantares de Serra com Dantas e a irmã dele, Veronica.
A Satiagraha pega Jose Dirceu, Gilberto Carvalho, Gomes, e Dilma Roussef na patranha da “BrOi”.
É por isso que o Supremo Presidente Gilmar Mendes precisa desesperadamente destruir Lacerda e o Juiz De Sanctis – para sepultar o trabalho do ínclito delegado Protogenes Queiroz (e voltar a mandar em Diamantino, como mostra a impecável reportagem de Leandro Fortes, na Carta Capital.
Como disse a coluna de Luis Nassif, numa festa da Veja, o governo Lula celebrou o pacto da Real Politik: desacreditar a Satiagraha, De Sanctis e Protogenes.
É por isso que Gaspari deu a senha: esconder a Satiagraha embaixo do tapete.
Como ele fez com o caso da Lilian Celiberti.
É isso o que Nelson Jobim, fiel escudeiro de Serra, faz diuturnamente com a ajuda inestimável do Supremo Tribunal Federal, que, nas palavras sabias de Fernando Lyra, se tornou a banca de advogados de Daniel Dantas.
A Satiagraha não pode sobreviver até 2010.
Tomara que prendam o Protógenes !
Leia sobre os efeitos de o câncer de Dantas ter saído da cápsula.

(*) Se refere à “colônia”, dá a idéia de pessoa “colonizada”, submetida ao pensamento hegemônico que se originou na Metrópole e se fortaleceu nos epígonos coloniais. Epígonos esses que, na maioria dos casos, não têm a menor idéia de como a Metrópole funciona, mas a “copiam” como se a ela pertencessem.

(**) Já estava na hora de a Folha de São Paulo sair do armário e admitir que, na qualidade de “Folha da Tarde”, trabalhou de mãos dadas com os torturadores da equipe do Coronel Ustra, como demonstra Beatriz Kushnir, no livro “Cães de Guarda”, da Boitempo Editorial.

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