segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O GLOBO-IMPERIALISMO BURRO

Garcia quer derrubar Correa (e Lula)

Paulo Henrique Amorim

O programa “Bom (?) Dia Brasil” acaba de veicular uma catilinária imperialista do pensador Alexandre Garcia, o jornalista brasileiro mais ligado a Paulo Maluf.
Garcia defendeu a posição tradicional dos colonistas(*) da Globo: o Brasil tem que invadir o Equador, como deveria ter invadido a Bolívia.
A Bolívia, lá vai Garcia, teve a ousadia de invadir as propriedades da Petrobrás.
E o Equador não quer pagar uma hidrelétrica construída por uma empreiteira brasileira que não produz luz elétrica.
Uma hidrelétrica que não produz luz, interessante.
O Equador não quer pagar também o BNDES, que financiou a obra.
A empreiteira que construiu a hidrelétrica é a Odebrecht, uma das que abriu a cratera do metrô em São Paulo e recebeu do presidente eleito José Serra uma recompensa pelo transtorno: mais obras.
O Presidente Rafael Correa não precisa do dinheiro da Odebrecht para se eleger no Equador.
Logo, não quer pagar por uma obra que não funciona.
E enviou o problema a uma arbitragem internacional.
O jeito é o Brasil esperar a decisão da Corte.
Ou fazer como pregam Alexandre Garcia e Miriam Leitão: invadir o Equador e depor o presidente esquerdista Rafael Correa.
Como o Brasil não vai invadir o Equador, por que o Alexandre Garcia adota a posição mais radical (como a Miriam adotava no auge da crise de Bolívia) ?
Por um motivo muito simples.
Para encurralar a diplomacia brasileira.
E para mostrar que o Governo brasileiro é frouxo.
O PiG não falha: por trás de cada manobra do PiG há um objetivo explícito.
Desmontar o Governo do Presidente Lula.
Se o presidente fosse o Farol de Alexandria, Garcia, hoje, no “Bom (?) Dia Brasil” diria: o presidente Fernando Henrique Cardoso adota uma atitude madura e firme: chama o embaixador do Brasil no Equador de volta.
Foi o que presidente Lula fez.
Mas o Garcia está noutra, como esteve no passado: no Golpe de “Estado de Direita”.

(*) Se refere à “colônia”, dá a idéia de pessoa “colonizada”, submetida ao pensamento hegemônico que se originou na Metrópole e se fortaleceu nos epígonos coloniais. Epígonos esses que, na maioria dos casos, não têm a menor idéia de como a Metrópole funciona, mas a “copiam” como se a ela pertencessem.

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