segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A MORTE DE ELOA: A POLÍCIA ERROU. DEVERIA ADMITIR

Por Luiz Carlos Azenha

Todo mundo pode errar. Errar com a vida de pessoas é muito mais grave. Mas há atenuantes. A polícia pode ter errado sob pressão. Pressão de quem? Do governador José Serra? Do secretário de Segurança? Do comando da PM?

Mandar a menina Nayara de volta ao local do crime é um absurdo em qualquer circunstância. Ela tem 15 anos de idade. Estava fora de perigo e foi submetida novamente ao perigo. Tomou um tiro no rosto. Poderia ter morrido.

A repórter Neide Duarte, da TV Globo, ouviu a mãe de Nayara. Que disse que não autorizou a menina a voltar ao local do crime. Segundo ela, o pai também não autorizou. Aliás, como bem notou Eduardo Guimarães, esconderam o depoimento do pai, que chegou a ser expulso do local onde os negociadores se concentravam.

A polícia ter mandado a menina voltar ao local do crime é, em si, um crime. Mesmo que os pais tivessem autorizado. Ela não tinha nada o que fazer lá. Nem levar microfone, nem levar comida. Já ouvi a alegação de que Nayara teria agido por conta própria e tomado a iniciativa de entrar no apartamento. Por ser menor, não tem o discernimento necessário para tomar uma decisão dessas, se foi de fato o caso.

Infelizmente não podemos contar com a mídia paulista para fazer uma cobertura isenta e cobrar responsabilidades.

A mídia paulista está a serviço de um projeto político e econômico. Como ficou claro nos ataques a Geraldo Alckmin, vai bater em tudo o que estiver no caminho desse projeto político e econômico. E vai proteger todos aqueles que estiverem a serviço desse projeto político e econômico.

Graças à internet, no entanto, essa rede de "promoção e proteção" pode ser furada.

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