Lula tem que tirar o Meirelles do BankBoston
Paulo Henrique Amorim
O jornal nacional conseguiu tratar da recuperação das Bolsas, hoje, no mundo, sem usar a palavra “estatização” ou “nacionalização” parcial e temporária dos bancos europeus e americanos.
Ou seja, o jornal nacional e o PiG serão capazes de garantir que a Alemanha perdeu a Segunda Guerra sem noticiar o desembarque dos Aliados na Normandia.
É sensacional !
Tudo isso, com medo das palavras “estatizar” ou “nacionalizar”.
O jornal nacional está tão empenhado em “derreter” a economia brasileira (leia-se Governo Lula) que fez uma reportagem inútil sobre a valorização dos produtos nacionais com a maxi-desvalorização da Miriam Leitão.
Acontece que o dólar hoje caiu 7% ...
E, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, a taxa de câmbio deve fechar o ano em R$ 1,85, e o ano que vem em R$ 1,85 ...
Não é uma maxi ?
Não, é uma super-maxi, diria a Miriam !
O jornal nacional divulgou uma declaração do Presidente Lula, em Madrid, muito interessante:
Se for preciso, o Brasil também vai comprar ações de bancos – ou seja, estatizá-los ou nacionalizá-los.
Antes, pode obrigar o Banco do Brasil a comprar os bancos enfraquecidos – o que é uma forma de estatizar.
Outra hipótese, disse Lula, é usar o redesconto para aliviar os bancos.
Só falta uma coisa: o Presidente Lula chamar o Presidente do BankBoston “às falas”.
O Presidente do BankBoston, no exercício provisório da presidência do Banco Central, podia fazer duas coisas:
1) Trancar os bancos comerciais numa sala e obrigá-los a reabrir as linhas de crédito através de punições e incentivos, porque os bancos brasileiros se trancaram;
2) Como Julio Gomes de Almeida, do IEDI, propôs, podia reduzir o redesconto dos bancos, condicionado à reabertura das linhas de financiamento à produção e ao consumo.
O presidente do BankBoston joga para a platéia – clique aqui para ler.
Henrique Meirelles dá dinheiro aos bancos e os bancos o aplicam onde quiserem: em Letras do Tesouro, por exemplo.
Se há esqueletos no armário de empresas brasileiras – outras que tenham perdido nos derivativos do câmbio, como Votorantim, Aracruz e Sadia –, Luis Nassif (clique aqui para ir ao site dele) sugere que o Governo tome a iniciativa rapidamente e tranque todo mundo numa sala, localize os esqueletos e tome as providências.
Providência como estatizar, por exemplo, para aplicar onde faltar dinheiro – em bancos ou empresas.
Mas, comprar ações preferenciais, para o contribuinte pegar o dinheiro de volta – como Gordon Brown fez na Europa e Harry Paulson vai fazer nos Estados Unidos.
Mas, o Governo brasileiro tem que agir, impositivamente.
Não pode deixar o presidente do BankBoston permanecer sentado em cima das mãos.
Esse estilo neoliberal, corporativista do presidente do BankBoston pode custar muito caro.
Ou ele vai deixar o Lehman quebrar ?
Tem Lehman no Brasil ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário