sexta-feira, 8 de agosto de 2008

CONVERSA AFIADA

Paulo Henrique Amorim

Enquanto o Presidente que tem medo assiste ao espetáculo que só um regime totalitário (e rico) seria capaz de montar, aqui, se consolida o regime nascido no ventre de um Golpe de “Estado de Direita”.
A rapidez da reação dos agentes do “Estado de Direita” foi impressionante.
Imediatamente após a prisão de Daniel Dantas e a iminência de se entrar com holofote no câncer que contaminou todo o sistema de instituições do país – no Executivo, Legislativo, Judiciário e o PiG – se desfechou o Golpe do “Estado de Direita”.
Por que essa reação fulminante ?
Porque o ínclito Delegado Protógenes Queiroz entrou na caixa preta da “BrOi”.
O ínclito Delegado fez uma operação de busca e apreensão na Angra Partners – clique aqui para ler como é que urubu pode voar de costas – e vai encontrar lá os dados que mostram como se montou a patranha da “BrOi”, aquela que subiu a rampa do Palácio do Planalto.
É por isso que o Golpe precisava ser rápido.
Para ver se dá tempo de apagar os rastros dos brancos e ricos.
O Golpe deu dois HCs em 48 horas ao quadrilheiro Daniel Dantas (*).
Dantas não pode ficar preso, ter uma crise de angústia e contar como é que o Farol de Alexandria fez dele um dos homens mais ricos do Brasil – sem botar um tusta.
O Supremo Presidente do Supremo Tribunal Federal – o tribunal dos ricos – precisava agir rápido e não deixar Dantas ficar deprimido.
Afinal, o Farol de Alexandria o nomeou no mesmo maio de 2002 – clique aqui para ler – em que preparou o plano de fuga – e protegeu Dantas.
O Supremo Presidente foi quem iniciou o processo para desqualificar o corajoso juiz Fausto De Sanctis.
Processo que, aliás, está em curso na Justiça Federal de São Paulo, onde Iago tenta provar que De Sanctis não tem equilíbrio para continuar à frente do processo que levará inexoravelmente à prisão de Dantas e sua quadrilha.
Clique aqui para ler sobre o complô contra De Sanctis.
O Golpe tentou desmoralizar o ínclito Delegado Protógenes Queiroz.
Tentaram desmoralizá-lo: o Presidente que tem medo; o Ministro da Justiça Abelardo Jurema (*2); o chefão da Polícia Federal, que substituiu o Dr. Paulo Lacerda, quando a PF era Republicana; o obscuro presidente da CPI dos Grampos – aquela CPI em que Dantas manda, clique aqui para ler –, e, sobretudo, o PiG.
O PiG, cúmplice e provavelmente beneficiário da especulação na Bolsa que precedeu o “lançamento” da “BrOi”, procurou desqualificar o Dr. Protógenes.
o colonista da Folha (da Tarde *3) o chamou de louco. Clique aqui para ler.

O tratamento mais leve que lhe dispensaram foi o de “desequilibrado” – expressão, aliás, empregada por “Gomes”, ou “arquiteto”, ou Luiz Eduardo Greenhalgh, que levou Dantas para dentro do gabinete presidencial.

Agora, o Supremo – o tribunal dos ricos – baixa uma súmula vinculante inócua sobre as algemas, para evitar o “constrangimento” dos suspeitos.

Clique aqui para ler a entrevista com o presidente da Associação dos Procuradores da República.

É outra manifestação de irremediável provincianismo dos brancos e ricos brasileiros e seus representantes no PiG e no tribunal dos ricos: em todas as democracias do mundo se usam algemas, em público: TODAS !!!

Será interessante o policial carioca subir o Morro do Alemão para um encontro cordial com um traficante e ligar para o Ministro (?) Marco Aurélio de Mello e perguntar se, naquele caso específico, ele recomenda usar da algema.

Se o traficante for negro, a resposta será “sim”.

Mas, se, em flagrante, for apanhado, ali ao lado, um consumidor branco e rico, que resiste à prisão com violência, a resposta, mesmo assim, será “não”.

O Supremo Presidente Mendes deu o Golpe no Legislativo e no Executivo.

O Ministro da Justiça Abelardo Jurema tem medo dele.

O Presidente que tem medo tem medo dele e da “BrOi”.

O Presidente que tem medo tem, sobretudo, medo do Daniel Dantas.

O Golpe do “Estado de Direita” já se consumou.

O Marechal Castello Branco, nascido em Mato Grosso do Sul, oficial de chancelaria do Itamaraty, Governa.

E o Presidente que tem medo sua, sua muito, debaixo do calor de Beijing.

Se bobear, fará o roteiro de volta de Jango Goulart: da China para Montevidéu ...

(*) Um certo professor confessou ao corajoso Procurador De Grandis que recebeu uma grana de Daniel Dantas para subornar um delegado da Polícia Federal e livrar a cara dele, Dantas, e da irmã (aquela que financiou uma empresa da filha de Serra, a Lulinha dos tucanos – clique aqui para ler). Isso não significa que, ao pedir um HC no Supremo – o tribunal dos ricos – a Ministra Ellen Gracie não o tire da cadeia. A ministra Gracie criou a “súmula vinculante” que estabelece: Dantas não é Dantas; é Dantas.

(*2) O Ministro da Justiça Abelardo Jurema prostrou-se aos pés do Supremo Presidente Gilmar Mendes. Tentou desqualificar o ínclito delegado Protógenes Queiroz. E, agora, bate boca com o Delegado Queiroz sobre se a Polícia Federal deve ou não ter mais autonomia ? O Ministro Jurema mandou embora do Dr. Paulo Lacerda porque o Dr. Paulo Lacerda queria botar Dantas na cadeia. O substituto enquadrou Dantas na Lei de Imprensa, porque forjou uma reportagem na Veja, uma co-autoria com Marcio Aith. Lei de Imprensa ??? Que diabos aconteceu com o Ministro Jurema ?

(*) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar, como fez a Folha, que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.

Nenhum comentário: