sexta-feira, 11 de julho de 2008

Orelhudo em cana: O ranking do nervosismo

Eduardo Azeredo: segundo os que acompanham o Senado, era visivelmente o parlamentar mais alterado. Coitado, justamente na semana em que ele tentava criar impressões digitais para rastrear todos os usuários da internet, encontram suas impressões digitais no maior bandido de Pindorama. Nervosismo estilo Lazaroni.
Reinaldo Azevedo
: logo depois de decretada a prisão de Dantas, Reinaldinho entrou em verdadeiro surto psicótico. Insistiu que a prisão de Dantas demonstrava que vivíamos num perigoso totalitarismo bolchevique. Fantasiou que estávamos a um passo de adentrar uma ditadura na qual agentes da Polícia Federal invadiriam sua casa e estuprariam suas filhas com grossos tomos de Lênin. Nervosismo estilo Zagallo.
Fernando Henrique Cardoso
: o príncipe sociólogo tem bons motivos para julgar-se a salvo, mas nossas fontes não deixaram de notar que FHC não quer nem saber de remexer histórias acerca de um certo encontro em que tratou com Daniel Dantas do tema da diretoria da Previ. Ou das relações de Pérsio Arida, que o serviu no BNDES e no Banco Central, com Dantas. Nervosismo impassível, estilo Ademir da Guia.

José Dirceu: quase 36 horas de silêncio absoluto sobre a prisão de Dantas num blog basicamente dedicado a comentar as manchetes dos jornais do dia. Para piorar, acham suas digitais nas tentativas de sabotagem à operação do Dr. Protógenes. Quando falou, foi para condenar a “espetacularização” da PF, encontrando finalmente suas afinidades eletivas com Reinaldinho da Veja. Nervosismo estilo Roberto Dinamite.

Guilherme Fiúza: escreveu um inacreditável post em que apresentava a filmagem de um ex-prefeito e bandido em sua casa, no momento da prisão, de pijama de mangas compridas, como uma elaborada tortura chinesa jamais vista em Pindorama. Nervosismo hiperbólico, estilo Dadá Maravilha.

Miriam Leitão: escreveu um inacreditável post em que se perguntava por que, afinal de contas, remexer essas coisas tão velhas como as falcatruas de Dantas. Contrapôs a operação Satiagraha às boas notícias veiculadas no exterior sobre o Brasil, como se combate à corrupção fosse sinônimo de corrupção. Fingiu não entender que o mensalão não é a origem de Dantas, mas exatamente o contrário. Nervosismo pretensamente burro, estilo Dunga.

Marinhos, Kamel e Globo: esses não têm com que se preocupar, já o sabem há tempos. Mandam em Pindorama. Para quem viu o Jornal Nacional de ontem, é impossível não concordar com Paulo Henrique Amorim. A Globo já rifou Dantas. Nervosismo zero, estilo Vicente Feola.

Gilmar Mendes: presidente da Suprema Corte do país, passou pela inacreditável humilhação de ver um bandido dizer que, no seu tribunal, ele tem “facilidades”. Ao invés de dar o habeas corpus em 24 horas, preferiu fazê-lo em 36, para não dar muito na cara. Nervosismo dissimulado, estilo Parreira.

Fonte: Biscoito Fino e Massa


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