terça-feira, 24 de junho de 2008

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA SE MILITARES AJUDARAM ARROZEIROS A FABRICAR BOMBAS

A Polícia Federal está investigando se militares brasileiros, da ativa ou da reserva, ajudaram os arrozeiros que disputam terra com indígenas na Raposa/Serra do Sol, em Roraima, a fazer bombas de fabricação caseira.
A informação é do delegado Fernando Segóvia, coordenador geral de Defesa Institucional da PF e responsável pela operação Upatakon III - "nossa terra", em macuxi -, que visava retirar os não-índios da reserva mas foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal.
A suspeita da PF teve origem em vários incidentes que antecederam a operação. Em um deles, moradores de Pacaraima - cidade governada pelo prefeito Paulo César Quartiero, um dos arrozeiros - destruiram o posto da Receita Federal situado na fronteira com a Venezuela e tentaram atacar também o posto da Polícia Federal.
Na ocasião, explosivos foram colocados sob um carro estacionado diante do posto. Um policial federal interveio, evitou a detonação e ainda prendeu o líder dos manifestantes.
Posteriormente a Polícia Federal apreendeu uma bomba de fabricação caseira atirada dentro da pequena igreja católica da vila de Surumu, em área da terra indígena demarcada, por motoqueiros suspeitos de agir a serviço de Paulo César. A bomba não explodiu e foi submetida a perícia.
Em maio deste ano, quando funcionários da fazenda Depósito, reivindicada por Paulo César, atiraram e detonaram bombas em um grupo de indígenas que tentou montar um acampamento depois de invadir a área, ferindo vários deles, a Polícia Federal fez uma busca e encontrou em galpões o que diz ser material para a fabricação de bombas. Os peritos que acompanharam o delegado Segóvia na apreensão atestaram que o material encontrado era similar ao da bomba apreendida na igreja.
Pela lei brasileira a posse de explosivos é exclusiva do Comando do Exército e configura um crime continuado. Foi o que levou a Polícia Federal a prender Paulo César, o filho dele, Renato, e funcionários da fazenda. Eles se encontram em liberdade por habeas corpus concedido pela Justiça Federal.
A PF suspeita que uma bomba tenha explodido nas mãos de Renato, o filho do prefeito, durante manifestação ocorrida sobre a ponte de concreto que leva à vila Surumu. Renato, de 24 anos, administra as fazendas do pai e foi fotografado no hospital por um jornal de Boa Vista com ferimentos no peito e nas mãos. Entrevistado para o documentário Luta na Terra de Makunaima, da TV Cultura, Renato disse que não tinha lembrança clara do incidente. As mãos dele exibiam sinais de ferimento.
Sem entrar em detalhes, o delegado Segóvia diz que a PF tem motivos para suspeitar de que os arrozeiros tenham recebido ajuda de militares para fazer as bombas. O filho de Quartiero, Renato, diz que as peças apreendidas pela polícia na fazenda Depósito fazem parte de implementos agrícolas.

Fonte: Ví O Mundo

As fotos exibidas aqui são da perícia feita pela Polícia Federal.

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AUTOMÓVEL SOB O QUAL FOI COLOCADA UMA BOMBA, DIANTE DO PRÉDIO DA POLÍCIA FEDERAL NA FRONTEIRA DO BRASIL COM A VENEZUELA

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