segunda-feira, 12 de maio de 2008

O Presidente Negro na Premonição de Monteiro Lobato

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Será Barak Obama o primeiro presidente negro dos EUA,
previsto por Monteiro Lobato em 1926?

O Presidente Negro, de Monteiro Lobato é o único romance escrito pelo fabuloso criador do Sítio do Pica Pau Amarelo, Reinações de Narizinho, Jeca Tatu e tantas outras obras que ninaram e continuam ninando a infância de várias gerações brasileiras.
Vou dizer uma coisa a vocês: O Presidente Negro é um livro assustador.
Assustador em vários sentidos. Primeiro pelo caráter premonitório da obra. Em 1926, Lobato prevê a invenção de um tipo de radiotransmissão de dados que possibilitaria o ser humano a cumprir suas tarefas da própria casa e sem a necessidade de se deslocar para o trabalho.
Fala também do desaparecimento do jornal impresso porque as notícias serão “radiadas” diretamente para a casa dos indivíduos e aparecerão em caracteres luminosos numa tela exatamente como acontece com quem está lendo esse texto. Em uma palavra atual: internet.
Mas as premonições não param por aí.
Às vésperas de viajar para os Estados Unidos, Monteiro Lobato preconiza a eleição de um presidente negro nos EUA. O momento político (no ano de 2228) que possibilitaria isso viria da divisão da raça branca, entre um candidato do Partido Masculino (Kerlog) e uma candidata do Partido Feminino (Evelyn Astor).
A neofeminista Evelyn Astor está com a vitória praticamente garantida e eis que surge o líder negro Jim Roy, que acaba eleito presidente.

Uma assustadora semelhança entre o que acontece hoje nas eleições ianques. Será Barak Obama o Jim Roy de Lobato.
Não vou contar aqui o desfecho da obra, mas adianto que a raça branca se une para evitar que Roy (Obama?) assuma o poder.

A obra é ainda mais assustadora por causa de uma eloqüente defesa da eugenia. O sensível criador da boneca Emília faz uma argumentação extensa, na boca de vários personagens, das vantagens de leis que eliminem da sociedade surdos, mudos, deficientes, tarados, ladrões prostitutas e toda sorte de aleijados físicos e morais. Uma purificação racial levada às últimas conseqüências.
A defesa da eugenia é tão efusiva e, em alguns momentos, despropositada que sugere fortemente ser um ideal não dos personagens mas, sim , do autor. Terá sido Monteiro Lobato um nazi-fascista?

Extraido do Acerto de Contas

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