CONVERSA AFIADA

SERRA E FHC, OS GÊNIOS DA POLÍTICA

Paulo Henrique Amorim

Num recente encontro em São Paulo – clique aqui para ler sobre a reunião de estadistas do PSDB e do DEM, que lembravam a Conferência de Yalta – os deputados Rodrigo Maia e ACM Neto, do DEM, disseram ao Farol de Alexandria que o presidente eleito José Serra precisava ser “mais popular”.
O Farol de Alexandria concordou.
O que não quer dizer muita coisa, porque o Farol concorda com o que o interlocutor disser
Mas, para quem se prepara para tomar posse em 2010, não ser popular é, digamos, um pequeno obstáculo...
No fim de semana, o presidente do PSDB, que esteve na reunião de Yalta, em São Paulo, senador Sérgio Guerra, informou à Folha que não adianta: Aécio Neves é candidato a Presidente e não será vice de Serra.
Na Folha de hoje, o repórter Kennedy Alencar – clique aqui para ler – informa que o Farol de Alexandria disse a Aécio Neves que o candidato dele, FHC, é Serra.
Quer dizer, a candidatura Serra rachou o PSDB ao meio. Ao meio ?
Quem disse que o PSDB de São Paulo chega a ser a metade do PSDB nacional ?
Serra, como se sabe, implodiu a base política que o sustenta em São Paulo.
O PT ainda não tem candidato, mas o PSDB e o DEM têm dois candidatos.
Conclusão: Serra é um gênio.
Outro gênio é o Farol.
Por que cargas d’água o Farol não fica quieto e arruma outra sinecura, agora que ele perdeu o emprego na Universidade de Brown ?
Por que ele não escreve outras memórias.
Por que ele não volta a escrever aqueles artigos luminosos para o New York Times News Service ?
Por que não vai cuidar dos netos ?
Por que ele tem que se meter na eleição para prefeito de São Paulo – ao lado de Serra.
E na de Presidente da República – ao lado de Serra.
Nesta terça-feira, consultei um grande amigo: por que o FHC não fica quieto ?
“Porque ele é um homem irrealizado”, disse o meu amigo. “Porque ele estava convencido de que o Lula ia fracassar em seis meses. E ele seria chamado a tomar conta do Brasil, de novo. Só que o operário deu certo ... Ele é irrealizado. Até como intelectual – porque intelectual ele não é ...”