Por Paulo Henrique Amorim
Na Base Aérea de Brasília, entrevistei ontem o presidente do Equador, Rafael Correa.. Parte da entrevista foi ao ar, ontem, no Jornal da Record (clique aqui para ver).
Sem que eu percebesse, a colonista (clique aqui para ler por que passei a usar a palavra "colonista") da Folha, Eliane Cantanhêde colocou seu gravador, ligado, na mesa que estava à frente de Correa e de mim.
Pouco depois, um funcionário do Governo do Equador obrigou-a a desligar o gravador, já que ela faria a sua entrevista exclusiva, mais tarde.
Não percebi nada.
Num outro ambiente, um repórter da Globo fez a sua entrevista que – na teoria – deveria ser exclusiva, também.
Cantanhêde sentou-se à frente dos dois e passou a anotar as respostas de Correa à Globo.
Como Cantanhêde não usasse o gravador – e, talvez, porque imagine que os jornalistas brasileiros são assim mesmo ... – dessa vez, o funcionário equatoriano não fez nada.
Quer dizer, com a Cantanhêde por perto, todas as entrevistas exclusivas são dela também.
Ou seja, uma forma de apropriação indébita, ou furto.
Quem me contou isso tudo foi o produtor da Record Leandro Sant’ana, que me acompanhou e negociou a entrevista com a embaixada do Equador.
Depois, encontrei um correspondente de jornal estrangeiro no Brasil.
Contei essa historia.
Inacreditável – foi a reação.
E, então, me perguntou: é verdade que a Folha aceita como colunistas fixos de sua página de opinião – a página dois – jornalistas não-empregados da Folha ?
Como assim ?, perguntei.
Colunistas que não são da Folha, mas uma espécie de free-lancer fixo ...
Respondi que não tinha a menor idéia.
Em qualquer país sério do mundo – disse – com um sindicato de jornalistas minimamente sério, isso não pode acontecer: opinião free-lancer fixo, perguntou ?. Bom, respondi, no Brasil, o PIG pode tudo.
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