A Polícia Militar do Amzonas usou a força para expulsar um grupo de 200 sem-teto situada na comunidade Lagoa Azul, na zona rural de Manaus. Entre os sem-teto havia 105 indígenas de sete etnias que ocupavam a área de 180 mil metros quadrados. O grupo que foi previamente avisado da reintegração decidiu se opor com arcos e flechas. Eles enfrentaram um batalhão de 150 homens da PM, munidos com bombas de gás lacrimogêneo e com a ajuda de cães e da cavalaria.
Houve correria, choro e mães com crianças no colo gritavam em tom de desespero. Alguns indígenas chegaram a atirar flechas contra a PM. Um trator foi utilizado para derrubar dezenas de casas e17 pessoas foram detidas.
O cacique Luiz Sateré que pertence à etnia seteré-mawé, prometeu denunciar o que chamou de "excessos da PM" à Câmara de Vereadores de Manaus, à Assembléia Legislativa do Estado e ao Congresso Nacional. Segundo ele, a PM agiu com truculência e não mostrou o mandado de reintegração de posse. "Chutaram uma grávida como chutam uma bola", disse. De acordo com ele, a área apontada como de propriedade do engenheiro civil Mitishu Inoue já foi dos índios.
quarta-feira, 12 de março de 2008
A MÃO PESADA DA INJUSTIÇA
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