Leia a entrevista de Roberto Requião, Governador do Paraná ao site de Luiz Carlos Azenha.
que pretende denunciar à Organização dos Estados Americanos (OEA) e às Nações Unidas que se considera "amordaçado" por uma decisão judicial que o impede de falar na TV Educativa do Paraná. O governador classificou o despacho de "descabido", por proibí-lo, entre outras coisas, de criticar instituições na emissora. "Ele me proíbe de criticar o meu próprio governo", afirmou.
O GATILHO DA CRISE - Teriam sido críticas que Requião fez, no programa, aos salários no Judiciário: "Não é possível que um professor com mestrado, pós-mestrado, doutorado e pós-doutorado se aposente numa universidade pública com salário de 5 mil reais e que um procurador, menino procurador, que fez concurso ontem, comece com 16 mil reais."
FALTA DE REAÇÃO DA MÍDIA À DECISÃO JUDICIAL - "Acabei com a propaganda paga no governo do Paraná. Eu retirei no ano passado do Orçamento do governo do Paraná todas as verbas de mídia e passei a me comunicar com a população apenas através da TV e de duas rádios públicas. O governo que me antecedeu gastou um bilhão e meio de reais em publicidade." "Os jornalões tomam de certa forma o partido da censura."
SOBRE O EFEITO DA DECISÃO JUDICIAL - "Esta agressão que eu sofri acaba me promovendo nacionalmente." "Ele [o desembargador] me proíbe de criticar o meu próprio governo, que é uma instituição da República."
SOBRE SEU GOVERNO - "Eu faço um governo de acordo com os princípios da Carta de Puebla, a opção preferencial pelos pobres." É uma referência ao documento que resultou da Conferência dos Bispos da América Latina, em Puebla, no México, em janeiro de 1979, que defendeu a teologia da libertação e as comunidades eclesiais de base. Estavam presentes, entre outros, dom Hélder Câmara, dom Paulo Evaristo Arns e Oscar Romero, "o bispo dos pobres", assassinado no ano seguinte em El Salvador.
SOBRE SUA IDEOLOGIA - "Sou um existencialista sartreano de esquerda," em referência à filosofia do francês Jean Paul Sarte. "Doutrina que diz que a existência precede a essência e que o homem é totalmente livre e responsável pelos seus atos. A responsabilidade é a fonte do medo e da angústia que perseguem a espécie humana", segundo o Webster's New World Dictionary.
SOBRE A PRIVATIZAÇÃO DO BANESTADO - Quando o banco foi privatizado, segundo Requião, o Banco Central fez um acerto com o então governador Jaime Lerner segundo o qual o governo paranaense quitaria os títulos precatórios com o Banco Itaú, na data de vencimento, assumindo o compromisso de cobrá-los. Requião rejeita esse acordo e diz que o Banco Itaú, que ficou com o Banestado, é o "banco do capeta."
SOBRE A RELAÇÃO DO GOVERNO LULA COM A MÍDIA - "O governo federal é muito generoso", afirmou, a respeito das verbas publicitárias gastas nas redes de televisão e grandes jornais. "Governo só é bom quando paga os jornais e os canais de TV, notadamente a TV Globo."
SOBRE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - De acordo com Requião, quando ele era senador e FHC presidente, o governo federal interveio junto à Rede Bandeirantes para evitar que ele, Requião, fosse entrevistado por Paulo Henrique Amorim, o que teria levado o jornalista a se afastar da emissora. "Eu não quero fazer juízo do Fernando Henrique nem do Renan em relação aos seus romances, mas sobre o filho de Fernando Henrique, nem uma palavra; e quem sustentava a jornalista que teve esse caso com o presidente Fernando Henrique era a Globo, que a transferiu para Portugal e depois para Barcelona como funcionária."
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