segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

QUESTÃO DE MATEMATICA

Segundo a Folha de São Paulo de domingo, o crescimento da economia tirou vinte milhões das classes D e E durante os cinco anos do governo Lula. Essas classes, para quem não sabe, são as que abrigam, respectivamente, os paupérrimos e os miseráveis. As pessoas que deixaram de ser paupérrimas e miseráveis tornaram-se de classe média baixa, da classe C.
A que se deve isso? A matéria em questão afirma que essa escalada social de duas dezenas de milhões de brasileiros se deve ao "crescimento da economia". Nada que ver com os programas sociais, segundo a Folha. Ao menos nos últimos anos.
Agora, tem uma coisa que eu não entendo: toda grande imprensa afirma que o crescimento do Brasil, além de medíocre, é igual ao da era FHC. Mas alguém aqui leu alguma vez, quando o tucano governava, que tantos milhões de pessoas tinham ascendido socialmente em período de tempo tão curto?
Se o crescimento da era FHC fosse igual ao da era Lula, não haveria mais classes D e E no Brasil, pois se somarmos os cinco anos de Lula aos oito do tucano, obteremos um total de treze anos. Ora, se em cinco anos do petista vinte milhões deixaram a pobreza extrema e a miséria, isso dá quatro milhões por ano. Multiplicando quatro milhões por treze anos, chegaremos a 52 milhões de pessoas.
Não dá para entender por que o crescimento dos oito anos tucanos, sendo igual ao dos cinco anos petistas, como diz a imprensa, não tiraram 32 milhões da pobreza extrema e da miséria. Mas jornal, hoje em dia, não serve para fazer ninguém entender nada. Serve só para vender teses político-ideológicas, embrulhar peixe e forrar a casinha do cachorro.

Eduardo Guimarães

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