O primeiro deles analisou o desmatamento ocorrido em agosto de 2007, o que permitiu aos pesquisadores concluir que, entre aquele mês e outubro, 765 quilômetros quadrados de florestas foram para o chão. Isso significa um discreto aumento de 4% em relação aos mesmos meses do ano passado. Só em setembro, foram 468 quilômetros quadrados derrubados, e em outubro mais 102 quilômetros quadrados.
No mês de setembro, o que preocupou foi a taxa de desmatamento dentro de áreas protegidas no Pará. Ela chegou a 18,4% do total nas unidades de conservação e 2,4% nas terras indígenas, Em números absolutos, foram 97,8 quilômetros quadrados derrubados ilegalmente nas áreas protegidas paraenses. Os assentamentos de reforma agrária foram responsáveis por 5,5% de todo desmatamento registrado naquele mês, sendo que as áreas que mais contribuíram com desmatamento no Pará foram Terra Nossa e Esperança, curiosamente dois dos “Projetos de Desenvolvimento Sustentável” que o Incra cria sob o pretexto de já nascerem respeitando o meio ambiente.
Assim como no mês anterior, em outubro a maior parte das derrubadas seguiram o padrão de ocorrerem dentro de áreas privadas, ou em algum estágio de posse. Mas a contribuição dos assentamentos cresceu para 11,3% do total, enquanto os desmatamentos ilegais dentro de unidades de conservação diminuíram para apenas 2,7% de todo restante.
Apesar de um pouco animadores, esses dados revelam que a taxa de ilegalidade nos desmatamentos do Pará ainda é alta. As queimadas também preocuparam, pois aumentaram em 15% em relação a agosto de 2006. Como era esperado, a maior parte do desmatamento naquele mês ocorreu nas áreas mais próximas ao eixo da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), afetando áreas protegidas na região.
No acumulado de agosto de 2006 até julho de 2007, o SAD detectou 172 mil hectares de florestas derrubados no Pará, sendo 73% dele em áreas privadas ou em algum estágio de posse. O desmatamento em unidades de conservação foi considerado alto, atingindo 21% do total. Terras indígenas e assentamentos de reforma agrária contribuíram com 3% do desmate, em cada categoria.
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