POR LUIS NASSIF
A derrota de Hugo Chávez no referendo venezuelano, permite as primeiras conclusões:
1. Cadê a ditadura? Até agora, Chávez venceu pelo voto. Ontem, o voto foi respeitado. Não significa que seja um democrata, mas que até agora a democracia lhe foi favorável. A partir de ontem, o jogo é outro.
2. Acontece que o projeto de Chávez para a Venezuela é revolucionário, não reformista ou contemplativo. E não existem sucessores para Chávez. O modelo venezuelano é intrinsecamente personalista. E a radicalização tornou as disputas eleitorais uma questão de vida ou de morte. Quem vencer as próximas eleições, varrerá os opositores do mapa. Chávez montou uma rede de conselhos por todo o país, que simplesmente desapareceria em caso de afastamento do líder nas próximas eleições. Ou seja, existem dois modelos hoje - a democracia clássica com todos seus vícios; o modelo dos "conselhos", com todo seu proselitismo - disputando a primazia política na Venezuela. Não há forma de convivência pacífica.
3. O possível caminho do chavismo seria uma reforma “à Putin”, com mudança no sistema presidencialista que preservasse a influência do líder.
Seja qual for o caminho, agora é que o jogo vai começar.
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