Em dezembro de 1994, antes de FHC tomar posse, escrevi uma coluna dizendo que havia dois FHCs: o inteligente e o vaidoso. E que o vaidoso acabaria se impondo sobre o inteligente. Sua resposta foi que o inteligente era inteligente demais para permitir a vitória do vaidoso.
Errou. A vaidade sempre superou a inteligência.
Antes que ficassem nítidos os sinais ideológicos de seu governo. Fernando Henrique Cardoso já havia criado uma enorme resistência em parte relevante da opinião pública pela vaidade, pelo elitismo explícito, pela história da “vanguarda do atraso”, ou os “adeptos da fracassomania”.
Diria até que a postura arrogante marcou muito mais a sua imagem (e contaminou a do partido) do que as próprias ações de política econômica.
Se no poder o vaidoso dificilmente se controla, fora do poder desanda, porque aí não tem mais os rituais do poder para satisfazer o ego. E o partido que se lixe.
Em um momento em que o PSDB procura se aproximar das bases, ele se sai com essa:
"E nós faremos o possível e o impossível para que saibam falar bem a nossa língua. Queremos brasileiros melhor educados, e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria."
É de uma bobagem monumental. Não apenas por reforçar o principal preconceito que afeta o PSDB, mas porque não convence nem seus súditos mais fiéis. Lula tem demonstrado, no poder, uma envergadura política provavelmente superior à do próprio FHC e uma sensibilidade social maior.
Recentemente, na enquete da “Época” para definir o brasileiro mais influente, o próprio Andréa Matarazzo, unha e carne com José Serra, não vacilou: Lula.
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